Inflação está diminuindo nos EUA e mercado de trabalho é semelhante a pré-pandemia, diz relatório do Fed

Por Howard Schneider

(Reuters) - A inflação está diminuindo e o mercado de trabalho voltou à situação "apertada mas não superaquecida" observada antes que a pandemia da Covid-19 afetasse a economia dos Estados Unidos, disse o Federal Reserve nesta sexta-feira em um relatório que documentou ao Congresso o surgimento constante de condições mais normais após a crise de saúde.

"A inflação diminuiu notavelmente no ano passado e mostrou um progresso modesto até agora neste ano", disse o Fed em seu mais recente Relatório de Política Monetária ao Congresso, observando que, na área de serviços de habitação, é provavelmente apenas uma questão de tempo até que o ritmo dos aumentos de preços volte ao que era antes da crise de saúde.

O mercado de trabalho, por sua vez, "continuou a se reequilibrar durante o primeiro semestre deste ano", observou o relatório. "A demanda por mão de obra diminuiu, já que as vagas de emprego recuaram em muitos setores da economia, e a oferta de mão de obra continuou a aumentar, apoiada por um forte ritmo de imigração."

"O equilíbrio entre a demanda e a oferta de mão de obra parece semelhante ao do período imediatamente anterior à pandemia, quando o mercado de trabalho estava relativamente apertado, mas não superaquecido. O crescimento do salário nominal continuou a desacelerar", disse o relatório.

O relatório semestral para o Congresso é feito antes dos dois dias de depoimentos do chair do Fed, Jerome Powell, marcado para terça e quarta-feiras da próxima semana, que provavelmente se concentrará nos planos do Fed para a política monetária rumo a uma temporada eleitoral delicada.

O crescimento do emprego tem desacelerado e a taxa de desemprego tem aumentado constantemente de 3,5% em julho passado para 4,1% em junho. A inflação permanece em torno de 2,6% pelo índice de preços PCE, medida preferida do Fed, ainda considerado "elevado" pelas autoridades mas se aproximando de um ponto em que isso pode não ser mais o caso.

Novos dados sobre a inflação serão divulgados na quinta-feira e, se as pressões dos preços continuarem a diminuir, isso poderá levar as autoridades do Fed a, pelo menos, abrir a porta para cortes na taxa de juros já em setembro.

No entanto, tanto os democratas quanto os republicanos provavelmente questionarão Powell exatamente sobre essa questão.

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Em sua mais recente reunião de política monetária, em junho, o Fed deixou a taxa de juros inalterada em 5,25% a 5,50%, e as novas projeções mostraram que os membros do banco central reduziram as expectativas de cortes este ano de três para apenas um.

Entretanto, os mercados financeiros e algumas autoridades ainda esperam que o Fed faça dois cortes de 0,25 ponto percentual cada até o final do ano.

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