Brava negocia contratação de Itaú BBA e Bradesco BBI para potencial venda de ativos; ações disparam

Por Luciana Magalhaes e Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - As ações da Brava Energia fecharam em alta de mais de 10% nesta sexta-feira, após a companhia afirmar que está negociando mandato com dois bancos para assessorar na avaliação de potenciais transações de parceria ou venda de ativos, conforme recomendação do conselho de administração.

Segundo fontes a par do assunto, a Brava está negociando a contratação de Itaú BBA e Bradesco BBI para uma potencial venda de ativos. Os dois bancos não comentaram o assunto.

A Brava ressaltou que "não há neste momento qualquer acordo para vender ativos", com exceção do contrato de exclusividade para potencial venda de 11 concessões de óleo e gás no Rio Grande do Norte e da infraestrutura de midstream de gás no Rio Grande do Norte junto à PetroReconcavo

Mas a empresa afirmou que um destes bancos com quem está tratando apresentou teaser sobre os ativos onshore da companhia a potenciais interessados, a partir de informações públicas, e agendou para o dia 9 de janeiro de 2025 a data de recebimento de propostas.

Analistas do JPMorgan estimam que os ativos onshore podem valer cerca de 1,4 bilhão de dólares.

Na semana passada, a Brava afirmou não há qualquer acordo para venda do Polo Potiguar para PetroReconcavo após o jornal O Globo publicar que a Brava tinha chegado a um acordo para vender os ativos do Polo Potiguar para a companhia em um negócio que giraria em torno de 13 bilhões de reais.

O fato relevante divulgado pela Brava nesta sexta-feira foi um esclarecimento à notícia publicada pelo blog Pipeline do Valor Econômico, citando que a empresa adiou o prazo de recebimento de propostas por seus ativos onshore a pedido dos interessados.

Ainda de acordo com a reportagem, por enquanto, há cinco interessados na mesa, que podem efetivamente fazer proposta no início do mês, incluindo a Eneva, a Pluspetrol, a PetroReconcavo, a Origem e outra estrangeira de menor porte, conforme fontes com conhecimento do assunto.

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Os analistas do JPMorgan comentaram que gostam de ver a Brava avançar com seu programa de otimização de portfólio, o que pode ajudar a empresa s focar em seus principais ativos offshore, que também podem exigir investimentos pesados, com novas revitalizações até 2026-27.

Também avaliam que a movimentação pode fazer a companhia se tornar um gerador de fluxo de caixa livre positivo mais cedo do que o esperado, conforme nota enviada a clientes nesta sexta-feira.

A equipe do banco norte-americano calcula que, se a Brava obtiver cerca de 1,5 bilhão de dólares com a venda desses ativos, a alavancagem pode atingir em torno de 0,8 vezes a dívida líquida/Ebitda até o final de 2025.

As ações da Brava Energia fecharam o dia com ganho de 10,64%, a 22,57 reais, liderando com folga as altas do Ibovespa, que encerrou em queda de 0,67%.

PAPA-TERRA

Também nesta sexta-feira a Brava recebeu autorização da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para retomada da produção no campo de Papa-Terra.

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A Brava interrompeu a produção do campo em 4 de setembro a pedido da ANP para prestar esclarecimentos sobre a quantidade de pessoas a bordo e sobre atividades de manutenção.

"Dessa forma, a companhia iniciará os preparativos para retomada da produção, cuja previsão é no início da próxima semana", disse a empresa em fato relevante.

O Papa-Terra vinha produzindo 15 mil barris de óleo equivalente por dia quando os trabalhos foram interrompidos, segundo a companhia.

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