Ibovespa sobe no último pregão de 2024, mas caminha para pior ano desde 2021
Por Patricia Vilas Boas
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa subia nesta segunda-feira, último pregão do ano, com apoio do desempenho positivo das ações da Petrobras e Vale, mas ainda estava a caminho de registrar queda acumulada de cerca de 10% no ano, seu pior desempenho desde 2021, quando caiu quase 12%.
Por volta de 11h48, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,33%, a 120.661,02 pontos, tendo marcado 120.267,05 pontos na mínima e 121.049,75 pontos na máxima até o momento.
O volume financeiro somava 4,7 bilhões de reais, em dia de agenda esvaziada antes da véspera de Ano Novo.
Para o analista Hayson Silva, da Nova Futura Investimentos, a performance levemente positiva também sugere uma reação do mercado à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, no domingo, de flexibilizar determinação anterior de bloqueio de 4,2 bilhões de reais em emendas de comissão, o que pode melhorar o ambiente no Congresso para a aprovação de matérias da agenda fiscal do governo.
"A gente está enxergando a possibilidade de uma recuperação por conta dessa liberação", mesmo em meio às expectativas mais elevadas do mercado para a inflação, afirmou Silva.
O mercado financeiro subiu pela décima primeira vez seguida suas projeções para a inflação ao final de 2025, e também aumentou as expectativas para a taxa básica de juros ao final de 2026, de acordo com a última edição de 2024 do relatório Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira.
O desempenho do real ante o dólar norte-americano também seguia no radar de investidores nesta segunda. "A gente tem a formação de Ptax e isso pode continuar pressionando a moeda brasileira", disse o analista.
A agenda doméstica ainda contou com divulgação de dados do setor público brasileiro, que registrou em novembro um déficit primário de 6,620 bilhões de reais, resultado um pouco melhor do que o esperado pelo mercado, enquanto a dívida pública recuou ligeiramente como proporção do Produto Interno Bruto (PIB).
Nos Estados Unidos, os índices em Wall Street abriram em queda, com os fracos volumes de negociação e a alta dos rendimentos dos Treasuries obscurecendo a força tradicional das ações no fim do ano.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN subia 1,07%, em dia de alta dos preços do petróleo no exterior, com o barril de Brent mostrando elevação de 0,49%, a 74,53 dólares. No radar, também estava a entrevista da presidente da estatal, Magda Chambriard, à Band, transmitida na noite da véspera, na qual a executiva afirmou que a empresa "não empilha dinheiro" e que "se sobrar" poderá distribuir dividendos extraordinários aos acionistas.
- BRAVA ENERGIA ON subia 6,2%, depois de fechar em alta de mais de 10% na sexta-feira, após a companhia afirmar que está negociando mandato com dois bancos para assessorar na avaliação de potenciais transações de parceria ou venda de ativos, conforme recomendação do conselho de administração. Nesta manhã, a Brava informou que retomou a produção no campo Papa-Terra, após autorização concedida pela agência reguladora ANP no último dia 27.
- VALE ON subia 0,33%, se apoiando na recuperação dos preços futuros do minério de ferro. O contrato de maio do minério de ferro mais negociado na Dalian Commodity Exchange (DCE), da China, encerrou as negociações diurnas com alta de 0,98%, a 775,5 iuanes (106,25 dólares) a tonelada.
- ITAU PN subia 0,16% e BRADESCO PN avançava 0,35%, em dia positivo para bancos. No setor, BANCO DO BRASIL ON valorizava-se 0,5% e SANTANDER UNIT ganhava 0,47%.
- EMBRAER ON caía 0,5%. A fabricante de aviões anunciou mais cedo que recebeu pedido firme de seis aeronaves A-29 Super Tucano que serão entregues a um cliente não revelado. O pedido será incluído na carteira de encomendas do quarto trimestre deste ano e as entregas devem ocorrer em 2026.
- GPA ON subia 3,47%, entre as principais altas percentuais do Ibovespa, com o aval de órgão regulatório para operação envolvendo a rede de supermercados Dia reacendendo debate sobre eventual combinação de negócios entre os grupos.
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