Redução das taxas não depende só dos bancos, sinaliza Setubal
SÃO PAULO - O presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, afirmou nesta quarta-feira (20) que a redução adicional dos spreads bancários - a diferença entre taxa de captação de recursos pelos bancos e a cobrada dos clientes - passa por revisões no custo e na qualidade do crédito, mas também dos impostos e compulsórios, sinalizando que o trabalho não depende exclusivamente dos bancos.
"Sou favorável à redução do spread e os bancos estão alinhados [com essa diretriz]", disse Setubal em palestra no Ciab, evento de tecnologia bancária organizado pela Febraban. "Tem muita coisa a ser feita. Em custos, há uma agenda grande e importante em que os bancos vão mergulhar", disse.
Algumas dessas demandas para permitir cortes maiores das taxas já foram endereçadas ao governo pela Febraban, lembrou Murilo Portugal, presidente da Federação, na abertura do evento. Ele não deu detalhes sobre como estão as conversas com o governo para a implementação de tais medidas. "Vamos continuar trabalhando junto com nossos acionistas e com o governo nesta direção", disse Portugal.
Setubal defendeu, porém, o que chama de "racionalidade" do sistema. "Empréstimo exige capital e o capital precisa ser remunerado. O problema não está em margens grandes", afirmou, acrescentando que a rentabilidade sobre o patrimônio dos bancos vem caindo nos últimos anos e hoje está próxima do custo de capital, em torno de 16% ao ano. "Os lucros são nominalmente altos, mas não a rentabilidade."
Setubal avalia que existe espaço para a queda do spread, daqui para frente, desde que seja trabalhada uma agenda técnica que inclui a regulamentação do cadastro positivo, a possibilidade de exigência de mais garantias nas concessões de financiamento e a redução do depósito compulsório.
Ele lembrou que, no ano passado, o Itaú registrou R$ 20 bilhões em provisões para devedores duvidosos. "Esse número tem de diminuir. Tem uma agenda grande que vai na linha de tentar reduzir as perdas com crédito."
Setubal mencionou ainda que os depósitos compulsórios no Brasil estão entre os maiores do mundo e que, de alguma forma, "isso é repassado para o preço final".
(Aline Lima e Filipe Pacheco | Valor)
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