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Dólar cai mais de 1%

29/02/2016 11h20

O dólar começa a semana em baixa ante o real nesta segunda-feira, influenciado pelo ambiente externo de declínio da moeda americana, por atuações do Banco Central e pelo noticiário político.

Às 11h15, o dólar comercial caía 1,18%, a R$ 3,9503. O dólar para abril recuava 0,38%, a R$ 3,982.

O BC vai realizar dois leilões para postergar o vencimento de um total de US$ 2 bilhões em linhas de dólares: leilão "A", com acolhimento das propostas entre 15h15 e 15h20; e "B", entre 15h30 e 15h35. A liquidação das vendas será no dia 2 de março e, de compra, nos dias 3 de maio e 2 de junho deste ano.

O mercado aguarda agora o anúncio das rolagens de swaps cambiais vincendos em abril, em um total de US$ 10,092 bilhões.

Operadores dizem que parte da pressão sofrida pelo câmbio no fim da semana passada pode ter sido reflexo de dúvidas sobre a estratégia do BC em relação à oferta de dólares no mercado. Outros, contudo, chamam atenção para saídas de recursos, aparentemente lideradas por uma grande gestora estrangeira.

As saídas estariam ocorrendo devido à deterioração das expectativas para o Brasil, diante da ausência de perspectiva de solução para as crises econômica, fiscal e política no país, que têm provocado rebaixamentos do "rating" soberano do Brasil a grau especulativo.

Os números mais recentes do fluxo cambial confirmam essa percepção. Em fevereiro, até o dia 19, o saldo entre entradas e saídas de dólares do país é negativo em US$ 1,162 bilhão, pressionado por saídas líquidas de US$ 2,673 bilhões da conta financeira - em que são registrados investimentos em portfólio, por exemplo. No mês passado, a conta de aplicações em carteira teve o pior janeiro em 17 anos.

No plano político, seguem as discussões em torno das chances de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que não compareceu à festa de 36 anos do PT ocorrida no sábado, no Rio de Janeiro. A ausência de Dilma reforçou sinais de estremecimento nas relações com o PT e também com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula tornou a se defender das acusações de corrupção envolvendo uma chácara em Atibaia e um tríplex no Guarujá, ambos no Estado de São Paulo.

Dilma volta a ter de lidar com o aumento das expectativas de impeachment, em meio também à falta de apoio da base aliada no Congresso Nacional e aos desdobramentos da prisão do marqueteiro João Santana, que trabalhou na campanha da presidente em 2014.

Em mais um elemento de pressão sobre Dilma, o vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, pediu apuração de pagamentos da campanha eleitoral da presidente feitos a sete empresas que prestaram serviços nas eleições de 2014.

Por outro lado, a notícia de que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deve deixar o cargo ainda nesta semana aumenta temores de que a ala mais radical do PT esteja ganhando força. A decisão de Cardozo estaria relacionada às pressões vindas do partido, que o acusa de permitir investigações contra o ex-presidente Lula no âmbito da Operação Lava-Jato.

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