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Juros futuros recuam sob reflexo de eleições e cena externa positiva

03/10/2016 18h55

Os juros futuros fecharam em queda na BM&F sob influência do cenário externo mais positivo e o resultado do primeiro turno das eleições municipais no Brasil. "O mercado já esperava uma mudança de governo nas eleições municipais, mas o fracasso do PT foi maior que o esperado, e isso, com certeza, está fazendo preço", afirma Rogério Braga, sócio e gestor da Quantitas.

A avaliação dos investidores é que a derrota do PT na maioria das capitais nesse pleito e o bom desempenho dos partidos da base do governo podem favorecer a aprovação das medidas de ajuste fiscal. "O resultado das eleições municipais favorece a aprovação das medidas de ajuste fiscal na medida em que enfraquece a esquerda, que era quem mais questionava o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o que dá sustentação para o governo de Michel Temer seguir com as reformas", afirma Braga.

A grande expectativa do mercado é com a votação da PEC 241, que estabelece um teto para os gastos do governo, que não devem superar a inflação do ano anterior. O relator da PEC, Darcísio Perondi (PMDB-RS), apresentará o texto da medida na Comissão Especial amanhã e a estimativa é que a proposta seja votada no plenário da Câmara na semana que vem.

Para Braga, boa parte da expectativa com a aprovação da PEC dos gastos já está refletida nos preços, especialmente no mercado futuro de juros, com a taxa do DI para 2021 alcançando hoje o menor patamar desde 21 de outubro de 2014.

A votação da PEC do teto de gastos, segundo ele, é dos principais fatores que devem influenciar a decisão do Copom na reunião de outubro, marcada para 18 e 19 do mês que vem. "Se o plano de voo do BC for a manutenção da taxa básica de juros, ele pode optar por um corte de 0,25 ponto da taxa Selic. Agora se o plano de voo do BC for um corte de 0,25 ponto, ele pode ampliar a dose", afirma Braga.

O DI para janeiro de 2018 recuou de 12,19% para 12,11% no encerramento do pregão regular, e o DI para janeiro de 2019 caiu de 11,63% para 11,51%. O DI para janeiro de 2021 fechou a 11,42% ante 11,58% do ajuste do pregão anterior.

Pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira mostrou que os analistas agora enxergam a possibilidade de um corte de 0,25 ponto percentual da taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em outubro. A mediana das projeções para a taxa Selic em outubro passou de 14,25% para 14%. Para o fim do ano, a mediana das projeções para a Selic continua em 13,75%, o que significa que os analistas agora veem a probabilidade de dois cortes de 0,25 ponto percentual da taxa básica neste ano, ante apenas um corte de 0,50 ponto em novembro.

Essa mudança das projeções para a taxa Selic neste ano acontece após o Relatório Trimestral de Inflação de setembro ter apontado uma queda das projeções de inflação, que estão próximas ou até abaixo da meta no cenário de referência do BC no horizonte do fim de 2017 e fim de 2018.

Os analistas também cortaram a projeção para a inflação na Pesquisa Focus para o fim deste ano, cuja mediana recuou de 7,25% para 7,23%. Para o fim de 2017, a mediana das estimativas continuou em 5,07%.

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