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Aposta de investidores em corte faz juros futuros fecharem em queda

11/05/2017 17h12

Os vendidos em taxa de juros tiveram nesta quinta-feira um pregão para não reclamar. As taxas de DI sofreram nova e forte queda, turbinando os ganhos de posições de quem aposta não só em mais quedas da Selic como em cortes mais intensos da taxa básica de juros.


A senha para a onda de vendas veio do noticiário de inflação e de atividade. Depois do IPCA e do IGP-DI - ambos de abril - desta semana, hoje foi a vez de o IGP-M surpreender. A primeira prévia do índice de maio recuou 0,89%, menor taxa desde 1989.


E se depender da atividade, o cenário benigno nos preços deve continuar. O volume de vendas no varejo restrito caiu 1,9% em março sobre fevereiro, com ajuste sazonal. Foi a pior performance para o mês desde 2003. Além disso, o dado de fevereiro foi revisado para baixa de 1,6% (-0,2% antes). O de janeiro foi ajustado de -5,5% para -6%.


"O mercado está indo para cima da curva porque está chegando à conclusão de que as ressalvas que o BC deu para não acelerar o corte da última vez estão perdendo força", diz o gestor sênior de renda fixa da Absolute Investimentos, Renato Botto.


Ele chama a atenção, porém, para o fato de as quedas dos DIs janeiro de 2019 e janeiro de 2018 ocorrerem em magnitudes similares. Para Botto, isso eleva a "gordura" no DI janeiro/2019, especialmente se o Banco Central confirmar cortes mais profundos dos juros. O gestor diz que, em caso de surpresa com votação do texto da reforma da Previdência no plenário da Câmara ainda neste mês, a discussão no mercado deve migrar de cortes de 1 ponto a 1,25 ponto para entre 1,25 ponto e 1,50 ponto.


Além da forte queda dos DIs, outro sinal de que o mercado tem buscado travar taxas mais altas na renda fixa prevendo chances de quedas mais intensas dos juros vem do segmento de títulos públicos. Operadores relatam que o leilão de LTN realizado hoje foi "demandado".A diferença média entre a taxa de venda da LTN outubro/2017 e o DI equivalente foi de -2,1 pontos-base. O consenso de mercado indicava "spread" entre +0,5 ponto e -0,5 ponto. Ou seja, a forte demanda pelo papel reduziu mais as taxas pagas pelo Tesouro Nacional.


Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI julho/2017 - que capta apostas para a decisão do Copom de maio - cedia a 10,480% ao ano (10,503% no ajuste anterior). Esse vencimento é o mais transacionado hoje, com 399.655 contratos.


O DI janeiro/2018 - que reflete expectativas para a taxa Selic ao fim de 2017 - recuava a 9,185% (9,280% no último ajuste).O DI janeiro/2019 tinha taxa de 9,010% (9,120% no ajuste de ontem), após bater 9,000% na mínima. Esse contrato é o segundo mais negociado do dia, com 304.355 ativos.


O DI janeiro/2021 caía a 9,730% (9,810% no último da véspera).

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