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Ibovespa tem dia de correção, sustentado por Petrobras; dólar cai

18/08/2017 13h22

A bolsa tem uma manhã de ajustes, amenizando os movimentos mais intensos observados na véspera. As ações que tiveram perdas importantes ontem se recuperam, enquanto os destaques de alta na última sessão devolvem parte dos ganhos. Mas os movimentos positivos foram mais intensos no começo da manhã, uma vez que a abertura negativa de Wall Street modera a disposição dos investidores.


Às 13h16, Ibovespa subia 1,07%, aos 68.702 pontos.


Os papéis de destaque são Vale e siderúrgicas, que têm a alta do minério de ferro como argumento para ganhos expressivos. O preço da commodity subiu 3,4%, para US$ 77,94 a tonelada. Em resposta, Vale ganha 2,44% - anulando a queda de 1,67% de ontem -, enquanto Usiminas subia 2,85%, Gerdau avançava 1,16% e CSN tem alta de 1,99%.


Outro fator que influencia o desempenho das ações de siderurgia são os indícios de reajuste de preços por parte das principais empresas do segmento.


Também as ações de bancos, que tiveram quedas expressivas ontem, passam por recuperação hoje. Bradesco ON sobe 2,46%, Bradesco PN ganha 1,31%, Itaú sobe 1,22% e Santander tem alta de 2,04%.


Na outra ponta, as companhias de papel e celulose, destaques de alta nas duas últimas sessões, reagindo às melhores perspectivas para os preços da celulose, têm uma correção para baixo. Suzano ON recua 2,46%, enquanto Fibria cai 1,27% e Klabin cede 1,18%.


Petrobras, por sua vez, reage em alta hoje e sobe 2,57% (ON) e 3,60% (PN). Isso, a despeito da notícia sobre o impasse sobre o valor que a Petrobras tem direito a receber referente à revisão de contrato da cessão onerosa.


Toda essa reação positiva que se vê hoje, no entanto, ainda não pode ser vista como uma trajetória consistente de recuperação. Analistas são unânimes em dizer que as dúvidas sobre o quadro fiscal limitam a disposição dos investidores em ampliar exposição. E isso dá força à barreira psicológica dos 69 mil pontos.


Câmbio


O câmbio doméstico volta a ter oscilações mais elásticas que boa parte de seus pares. Desta vez, entretanto, a direção do dólar é para baixo ante o real. O movimento é atribuído a alguma descompressão, depois que a moeda brasileira foi uma das mais afetadas pela aversão ao risco que tomou os mercados internacionais ontem.


Com isso, o dólar volta a registrar queda no acumulado da semana, que contou com novos sinais de que o Federal Reserve e do Banco Central Europeu (BCE) não devem reverter a ampla liquidez global por algum tempo. Por aqui, as novas iniciativas fiscais, incluindo a revisão dos déficits primários projetados para os próximos anos, não tiveram a gravidade temida, mas tampouco geraram entusiasmo.


A queda do dólar não significa, porém, que a cautela esteja deixada de lado. Os próximos dias contam com importantes eventos no âmbito político. Entre eles, está a apreciação em comissão no Congresso da MP 777, que trata da TLP; a votação da reforma política no plenário da Câmara; e um eventual redesenho na equipe governamental para acomodar aliados. Como aponta o Rabobank Brasil, isso "poderá dar indicação mais precisa sobre o tipo de cenário que os preços de ativos brasileiros passarão a embutir".


Profissionais de mercado têm alertado para as dificuldades enfrentadas pelo governo para avançar com sua agenda de reformas. O risco, dizem, também pode ficar mais evidente no caso da apresentação de nova denúncia da PGR contra o presidente Michel Temer.


O operador Alessandro Faganello, da Advanced Corretora, afirma que ainda há incerteza sobre as negociações do governo com o Congresso sobre as medidas fiscais. "Tudo que entra na política gera dúvidas maiores e não dá para se posicionar tanto", diz. O profissional afirma que o dólar pode até buscar o nível de R$ 3,10 se o placar das votações "permitir imaginar que a reforma da Previdência tem espaço para ser aprovada". Mas esse, por ora, não parece ser o cenário base. "Por enquanto, é melhor só acompanhar com alguma distância", acrescenta.


Por volta das 13h16, o dólar comercial caía 0,75%, a R$ 3,1545, com perda próxima de 0,50% na semana.


Juros


Os juros futuros opera em viés de baixa ao longo da sessão desta sexta-feira. No entanto, a descompressão no prêmio de risco só começa a ser observado no começo da tarde, enquanto o ambiente externo se mostra mais favorável a ativos de risco. O índice VIX de volatilidade lá fora recuava quase 10% há pouco, revertendo parte da alta de 32% na véspera. Por outro lado, a cautela ainda prevalece no ambiente doméstico.


ODI janeiro/2021 cai a 9,430% (9,520% no ajuste anterior) enquanto o dólar comercial recua 0,70%, a R$ 3,1560.


O DI janeiro/2018 recua a 8,090% (8,125% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2019 opera a 8,070% (8,120% no ajuste anterior).

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