Real se valoriza em dia de dólar fraco no mundo
22/02/2018 18h32
O mercado de câmbio brasileiro acompanhou a melhora de sinal de várias moedas de risco e encerrou os negócios com o dólar perto das mínimas da sessão. A cotação da moeda americana caiu 0,43% e fechou a R$ 3,2470 (ante R$ 3,2610 de quarta).
Nesta quinta-feira (22) fraca de notícias locais, a movimentação ocorreu ainda mais em sintonia com o exterior, onde o dólar tinha perdas generalizadas depois dos recentes ensaios de alta.
A "vida curta" dos momentos de recuperação do dólar é vista como sinal importante de ímpeto da moeda, que se mantém em baixa a despeito da alta dos rendimentos de títulos do Tesouro americano a máximas em até uma década.
No centro dessa percepção está a ideia de que a expansão sincronizada da economia mundial deve amparar contínua melhora nos fluxos de comércio internacional, beneficiando mercados emergentes e, portanto, as moedas desses países.
A dificuldade do dólar em engatar firmes altas também está ligada, segundo analistas, à piora da avaliação sobre as contas públicas americanas e à ideia de que a zona do euro, por exemplo, tem maior espaço relativo de aperto na política monetária do que os Estados Unidos.
Embora haja debate sobre se o Federal Reserve (Fed, BC americano) pode promover até quatro altas de juros neste ano, o mercado já parece mais ajustado a essa possibilidade do que semanas atrás. Além disso, três elevações já são dadas como certas, o que deixa a quarta alta como um ajuste adicional, mas não totalmente inesperado.
Fatores técnicos também são citados para explicar a fraqueza do dólar. No caso do Brasil, pelo menos três indicadores, média móvel, MACD (convergência e divergência de médias móveis) e índice de força relativa (IRF), sugerem que a moeda está prestes a romper suportes técnicos que deflagrariam mais vendas.