Lá vem a conta...
Donos de veículos pagaram --ou ainda estão pagando-- o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), uma tradicional despesa de começo de ano. Junto com a cobrança, costuma vir a dúvida: afinal, para onde vai esse dinheiro?
Ao contrário do que muitos pensam, a arrecadação de IPVA não necessariamente é usada para melhorias na infraestrutura e nos serviços de transporte. Não há nenhuma lei determinando que o dinheiro do imposto seja usado, por exemplo, em operações tapa-buracos, abertura de novas vias, sinalização de trânsito ou qualquer outro investimento do gênero.
Enquanto os recursos de taxas e seguros têm funções específicas (como no caso do DPVAT), o IPVA tem o valor dividido pela metade entre o estado e o município onde o veículo foi registrado e emplacado. As alíquotas praticadas variam de 1% a 4% do valor venal do veículo --4% é o atualmente praticado em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, por exemplo.
Tudo o que é arrecadado com o IPVA, bem como com outros tributos, entra no orçamento total da administração pública. Segundo a Constituição de 1988, esse dinheiro não pode ser vinculado a finalidades específicas. Todos os recursos somados formam esse bolo, e, dele, as prefeituras precisam destinar pelo menos 25% para educação e 15% para saúde, segundo o professor titular de direito financeiro da USP Heleno Torres.
Por que a confusão?
Em 1969, foi instituída a cobrança da Taxa Rodoviária Única (TRU), cujo dinheiro era obrigatoriamente aplicado no sistema de transportes. A TRU foi extinta e deu lugar ao IPVA, em 1986, com gastos sem destinação específica.