Para Celso Athayde, empresário de 57 que criou a CUFA (Central Única das Favelas), a riqueza produzida pelos pobres deve ser compartilhada entre eles.
Em 2015, essa filosofia deixou de ser ideia e ganhou vida: nascia a Favela Holding, uma empresa-mãe com participação em 23 empreendimentos focados no desenvolvimento do cotidiano dos moradores de favela, desde a Comunidade Door, de instalação de placas publicitárias, até a Favela Log, de entrega e distribuição de produtos.
Emprega diretamente 60 funcionários, enquanto as 23 companhias em que que ela tem participação ocupam direta e indiretamente 18 mil profissionais. Juntas, atendem 9,5 milhões de pessoas que vivem em comunidades espalhadas por mais de 500 cidades do Brasil. A expectativa é que o conglomerado eleve o faturamento em 12% neste ano e chegue a R$ 40 milhões.
A Favela Holding faz parcerias com empresários que queiram investir nas comunidades. As marcas apresentam a ideia, e as empresas do grupo idealizam o projeto, tendo como premissas a aposta no potencial dos empreendedores e a capacidade de consumo de quem vive ali. Não é pouca coisa: os 13,6 milhões de moradores desses locais movimentam R$ 119,8 bilhões por ano, segundo o Data Favela, braço de estudos da holding.
Como é tudo pensado para que a geração de riquezas fique nas favelas, a divisão dos resultados é de 50% para cada lado.