O futuro do Minha Casa Minha Vida é bastante incerto. Para 2020, o corte no Orçamento enviado pelo governo federal ao Congresso atingiu em cheio o programa habitacional. A previsão para o programa caiu de R$ 4,6 bilhões, em 2019, para R$ 2,7 bilhões para o próximo ano. Nesse valor, novas contratações para a faixa 1 devem ser inviabilizadas.
"No Projeto de Lei Orçamentária, a verba anunciada ao faixa 1 é de R$ 1,5 bilhão. Ela é insuficiente para tocar as obras já contratadas. Aí não se pode nem pensar em novas contratações", disse Passos, da Cbic.
Segundo o ministro Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional), 222 mil unidades do programa estão em construção no país e vão demandar R$ 2,1 bilhões de aportes. Ele disse que haverá recursos para manter o que está em construção e, provavelmente, construir novas unidades ou retomar as obras que estão paralisadas.
Fim da linha?
No final de outubro, o ministro reuniu-se com representantes de movimentos populares para falar sobre o futuro do Minha Vida —entre eles, a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura). Segundo o secretário de Política Agrícola da Contag, Antoninho Rovaris, o ministro teria anunciado o fim do programa e afirmado que não vão acontecer novas contratações.
Questionado pela reportagem, o ministério informou, em nota, que o cancelamento de portarias que autorizavam a contratação de novas unidades ocorreu em função de restrições orçamentárias.
Sobre o fim do programa, a pasta afirmou que equipes técnicas do governo estão "dedicadas à reformulação do Programa de Habitação de Interesse Social", que terá novo nome, novas diretrizes e faixas de renda distintas das que existem hoje.