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Sequência de perdas em NY expõe momento difícil para o café

01/11/2013 06h00

Não há, neste momento, commodity que passe por um momento tão difícil como o do café. Nesta semana, os contratos futuros em Nova York fecharam 13 sessões consecutivas de perdas, sequência que não havia sido alcançada desde 1972.

Os preços praticados em Nova York são os menores em mais de quatro anos. Em outubro, as cotações recuaram 7%. Desde o início do ano, o quadro é ainda mais complicado, com os contratos acumulando desvalorização de 33%.

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O mais preocupante é que nem tecnicamente, através de movimentos especulativos, o mercado esboça recuperação. A pressão exercida pela ampla oferta mundial de café é tão grande que paralisa a ação de fundos e especuladores.

Além da grande produção brasileira na temporada 2013/2014 --a maior safra da história no ciclo de baixa--, o mercado sofre pressão adicional do início da colheita na Colômbia e na América Central, regiões que também esperam por produções cheias, assim como o Vietnã, principal produtor mundial de robusta.

Este cenário global atingiu em cheio o mercado físico brasileiro, que está praticamente travado. O vendedor não faz questão de se desfazer do produto a preços tão baixos. E o comprador não se sensibiliza pela queda nas cotações e segue adquirindo apenas o necessário.

A primeira consequência desse momento de crise para a cafeicultura nacional, que trabalha com preços bem abaixo dos custos de produção, será a diminuição nos tratos culturais e o aumento na renovação dos cafezais, demandando menos despesas e resultando em uma provável queda no rendimento e na produção do país na próxima temporada.

No curto prazo, não se trabalha com reações significativas no preço do café em Nova York. Ao contrário, não há fatores fundamentais que indiquem uma recuperação. Estranhamente, a demanda não está aproveitando este período de forte queda, apoiando suas ações em um cenário que aponta para novas perdas.

Entre os fatores que poderão propiciar alguns momentos curtos de alta no mercado, é bom o produtor ficar atento à chegada do inverno no Hemisfério Norte, quando há um aumento sazonal no consumo, ao dólar enfraquecido e a algum tipo de problema nas safras do Brasil, América Central e Ásia, em decorrência de adversidades climáticas.

Mas os indicadores de baixa predominam e são factíveis. A safra avança na Colômbia, na América Central e no Vietnã. O clima, por enquanto, favorece a nova safra brasileira e há potencial de recorde de produção.

Além disso, o mercado trabalha com um cenário de vendas agressivas por parte das origens (países exportadores da commodity) com uma demanda bem contida.

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