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Bancos cortam 3.325 empregos até setembro; número é 20,5% maior que em 2013

Do UOL, em São Paulo

29/10/2014 16h21

O setor bancário fechou 3.325 vagas de emprego entre janeiro e setembro deste ano. O número é 20,5% maior que no mesmo período de 2013, quando foram fechadas 2.760 vagas. Os dados são de uma pesquisa divulgada pela Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro e Central Única dos Trabalhadores).

O saldo negativo resulta de 25.702 admissões e 29.027 desligamentos.

Contatada pelo UOL, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) disse que, nos últimos dez anos, o quadro de funcionários do setor bancário aumentou de 400 mil para 511 mil funcionários, conforme o Ministério do Trabalho. Informou, também, que a rotatividade dos bancários é de 4,5% contra média de 50% no país. 

O maior corte em 2014, segundo a Contraf-CUT, aconteceu na categoria de bancos múltiplos com carteira comercial, que são os mais comuns. Nela, houve fechamento de 5.052 vagas. Nas outras categorias --bancos comerciais, de investimentos e múltiplos sem carteira comercial-- também houve redução de vagas.

O saldo de empregos na Caixa Econômica Federal, contabilizado à parte, foi o único positivo. O banco criou 1.978 postos de trabalho.

Emprego bancário só aumentou em oito Estados

As maiores reduções aconteceram em São Paulo (1.091), Rio Grande do Sul (704), Rio de Janeiro (562) e Minas Gerais (534). No total, houve redução de empregos em 18 Estados e no DF.

Só criaram vagas Pará (258), Alagoas (65), Rondônia (38), Espírito Santo (35), Amapá (21), Tocantins (13), Acre (4) e Piauí (4).

Admitidos ganham menos que demitidos

O levantamento também calculou a diferença entre o salário médio dos empregados demitidos (R$ 5.251,76) e dos admitidos (R$ 3.321,80) e constatou que os admitidos entre janeiro e setembro ganham 37% menos que os desligados no mesmo período. 

Para a Febraban, os bancos estão entre os setores que mais valorizam a carreira dos profissionais, com salário médio acima de R$ 6.000. A entidade diz que a diferença de salário médio entre aqueles que entraram no setor e aqueles que o deixaram mostra o sucesso da política interna de carreiras praticada nas instituições financeiras. 

A comparação entre os salários dos homens e das mulheres admitidos no setor bancário mostrou que elas recebem remuneração 24% inferior à deles. O valor médio foi de R$ 2.856,42 para as mulheres e de R$ 3.766,64 para os homens.

A pesquisa foi feita pela Contraf-CUT em parceria com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), com base nos números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), ligado ao Ministério do Trabalho.