Produção de veículos no Brasil cai 15% e tem volume mais baixo desde 2009

A produção brasileira de veículos caiu 15,3% em 2014 em relação ao ano anterior, somando 3,15 milhões de unidades, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. O volume é o mais baixo desde 2009, quando as montadoras fabricaram pouco mais de 3 milhões de unidades.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (8) pela Anfavea, entidade que representa as montadoras instaladas no país.

O tombo registrado em 2014 foi maior do que esperado pela associação, que estimava queda de 10% na produção.

Somente em dezembro, mês de férias coletivas nas fábricas, a atividade do setor caiu 11,8% na comparação com o mesmo mês de 2013, e 23,1% em relação a novembro, num total de 203,8 mil veículos montados. 

Ano marcado por paradas

O ano de 2014 foi marcado por paradas de fábricas por conta da queda das vendas e também nas exportações. 

No acumulado do ano, as exportações de veículos do Brasil caíram 33,1%, para US$ 8,7 bilhões.

Antecipação de férias coletivas, semanas curtas de trabalho --com um dia a menos de produção-- e afastamento temporário de operários foram algumas das medidas adotadas pela indústria de veículos durante 2014.

Segundo o balanço da Anfavea, a ocupação nas montadoras, incluindo o setor de máquinas agrícolas, caiu 8,9% durante o ano passado, quando a ocupação no setor cedeu para 144,6 mil empregados.

Produção de caminhões caiu 25,2%

Quando se considera apenas os carros de passeio e os utilitários leves, a produção somou 2,97 milhões de unidades no ano passado, com queda de 14,7% em relação a 2013.

Já a produção de caminhões, com 140 mil unidades, caiu 25,2%, enquanto as fábricas de ônibus produziram 17,9% menos do que 2013, com 32,9 mil unidades montadas.

Estoques caem com férias coletivas

Com as férias coletivas nas montadoras interrompendo a produção das fábricas, o estoque de veículos no país caiu para 351 mil unidades no fechamento de dezembro de 2014, um volume suficiente para 28 dias de venda, se levado em conta o atípico ritmo de consumo em dezembro.

Se considerada a tendência de esfriamento do mercado em janeiro, a Anfavea diz que esse estoque --formado por carros ainda com alíquotas reduzidas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)-- será suficiente para 35 ou 36 dias de venda.

Para a associação, a situação do encalhe de veículos nos pátios de fábricas e concessionárias ainda é preocupante. Em novembro, os estoques somavam 414,3 mil unidades, suficiente para 42 dias.

(Com Reuters e Valor)