Militares buscam nome para substituir Mandetta
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"Em guerra não se dorme". A expressão foi usada por um general que auxilia o governo do presidente Jair Bolsonaro para falar da situação do país no combate ao coronavírus e a crise envolvendo o ministro da Saúde, Henrique Mandetta. "Continuamos a discutir pessoas ao invés dos fatos", lamentou um general.
Apesar de descartarem "teorias da conspiração", os militares reconhecem que a situação do ministro da Saúde tem se tornado cada vez mais insustentável, mas alertam que o momento é para que a troca tenha menos traumas possíveis. Além disso, é importante que se encontre um substituto que tenha respaldo e respeito na população.
Segundo um auxiliar palaciano, o ideal para substituir Mandetta é "algum nome de consenso na classe médica, com posições mais próximas do presidente na questão do isolamento vertical e da cloroquina".
Interlocutores descartam, pelo menos no momento, o nome do deputado Osmar Terra ou da médica Nise Yamaguchi, que já auxilia o governo no gabinete de crise.
Outra fonte de alta patente destaca que o ideal é alguém respeitado dentro do círculo médico, com integridade moral e bom trânsito e aceitação no meio político. "E alinhamento com o presidente. Mas o mundo ideal nem sempre é factível e creio que o fator principal será o alinhamento com o presidente".
Entre os ministros militares, relatos de pessoas próximas dizem que o general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), foi o primeiro a defender abertamente entre os pares a saída de Mandetta. Do outro lado, o ministro da Casa Civil, Braga Netto, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, ainda foram os responsáveis por evitar a demissão do titular da saúde na semana passada.
Também integrou o time de 'bombeiros', o vice-presidente Hamilton Mourão que, ontem, porém, admitiu que Mandetta errou ao dar entrevista ao Fantástico criticando atitudes do presidente Jair Bolsonaro.
Apesar da entrevista, a semana no Planalto começou com esses auxiliares esperando que o próprio Mandetta se antecipasse e pedisse para sair. Nos bastidores, muitas críticas em relação aos números que o Ministério da Saúde vinha apresentando.
"Ele dizia que o pico do coronavírus seria agora em abril. Na entrevista, jogou para maio ou junho. Os dados dele estão sendo contestados. E a pressão da população pelo fim do isolamento vai aumentar", avaliou um assessor.
Apesar de as discussões ficarem cada vez mais reservadas, esses auxiliares salientam que ao ser tratar do presidente Jair Bolsonaro uma surpresa pode acontecer a qualquer momento. "Ele é imprevisível", diz uma fonte.
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