Ministro da Defesa reitera interinidade de Pazuello e rechaça militarização
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O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, disse nesta terça-feira que as recentes mudanças no comando do Ministério da Saúde não impactam diretamente nas ações das Forças Armadas de combate a covid-19 e reiterou que o atual ministro interino, general Eduardo Pazuello, "foi tirado das Forças Armadas para prestar um auxílio emergencial".
"Não tem influência quase alguma, nós prestamos apoio. Temos ai secretário-executivo, que é (ministro) interino, e foi tirado das Forças Armadas para prestar auxílio emergencial", afirmou o ministro a um grupo de jornalistas convidados para conhecer o Centro de Operações Conjuntas (COC), no Ministério da Defesa, em Brasília.
"Vamos continuar apoio normal. Nosso aspecto não é o político, nosso aspecto são as operações", completou o ministro.
Segundo Azevedo, não houve nenhuma mudança de diretriz repassada ao Ministério da Defesa por parte do Ministério da Saúde, após a saída de Nelson Teich. "Não teve outra orientação nenhuma", declarou Azevedo.
O General de Exército da reserva, Manoel Luiz Narvaz Pafiadache, que comanda a Secretaria de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto (SEPESD), do Ministério da Defesa, complementou a fala do ministro e disse que o trabalho conjunto interministerial tem funcionado normalmente.
O Chefe do Estado-Maior Conjunto do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), de onde são programados os voos de transporte de matérias e profissionais para todo o Brasil, o Major-Brigadeiro Ricardo Mangrich também afirmou que as mudanças na pasta não afetaram em nada o trabalho das Forças Armadas no âmbito da Operação Covid-19.
"Nós lidamos com aspectos operacionais, nível ministerial é nível político. Uma política ou outra pode ter mudado, mas aqui não percebe", disse.
Militarização na Saúde
Questionado sobre o fato de o atual ministro interino da Saúde ter nomeado uma série de militares nesta terça-feira, Azevedo evitou tecer maiores comentários, mas justificou que qualquer decisão de nível de secretária-executiva nos ministérios tem aval ou influência do presidente Jair Bolsonaro.
"É uma decisão que cabe ao presidente. Ele solicitou apoio das Forças Armadas e nós estamos prestando o apoio. Se (Pazuello) vai permanecer menos ou mais tempo, isso tudo o presidente que resolve", declarou o ministro.
Nos bastidores, apesar de extremo respeito pela trajetória de Pazuello, militares que despacham no Palácio do Planalto chegaram a cogitar e torcer pela permanência no general na Saúde. No entanto, uma eventual efetivação do Pazuello como ministro não é bem vista na cúpula das Forças Armadas.
A ideia de Bolsonaro agora é ter calma para fazer a escolha do ministro definitivo. "A intenção é que ele não fique permanente, ele entrou numa emergência, vai ajudar neste momento, mas acho que seria mais útil como secretário-executivo", disse outro general à coluna.
Outra fonte de militar de alta patente afirmou ver como natural as nomeações dizendo que os escolhidos por Pazuello são da área administrativa e não política. "É claro que você vai levar para trabalhar quem você conhece", ressaltou um auxiliar do governo.
No Exército, a permanência de Pazuello também é vista como temporária já que ele continua como general da ativa e ainda teria ambições dentro da caserna.
Operação Covid-19
Iniciada em 19 de março, a Operação Covid-19 conta com um efetivo de 29.855 militares. O número, destaca a pasta, é maior do que o empregado durante a Segunda Guerra Mundial.
Além de um trabalho transporte de equipamentos de saúde e medicamentos para regiões mais necessitadas, a Operação conta com a distribuição de água e cestas básicas e realiza apoio em construção de hospitais de campanha.
Cabe ao Ministério da Defesa também campanhas de descontaminar áreas de circulação, como hospitais, metrôs, rodoviárias, aeroportos, estações de trens e escolas.
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