Ministro da Justiça critica inquérito das fake news; como AGU, ele defendia
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Luiz de Almeida Mendonça, enviou uma nota à imprensa para reforçar o coro de aliados do presidente Jair Bolsonaro contra o inquérito 4.781, que apura a disseminação de Fake News, ofensas e ataques aos ministros do Supremo Tribunal Federal. O ministro tentou justificar a razão de ter defendido a continuidade do inquérito quando ele ocupava a Advocacia-Geral da União (AGU).
Aliado de primeira hora do presidente, Mendonça afirmou que na qualidade de Ministro da Justiça e Segurança Pública, defende "que todas as investigações sejam submetidas às regras do Estado Democrático de Direito, sem que sejam violados pilares fundamentais e irrenunciáveis da democracia".
Mendonça enfatizou ainda um pensamento na linha do procurador-geral da República, Augusto Aras, que pediu a suspensão do inquérito, e disse que não se pode violar o direito individual de manifestação.
"Vivemos em um Estado Democrático de Direito. É democrático porque todo o poder emana do povo. E a este povo é garantido o inalienável direito de criticar seus representantes e instituições de quaisquer dos Poderes. Além disso, aos parlamentares é garantida a ampla imunidade por suas opiniões, palavras e votos", escreveu Mendonça. "Intimidar ou tentar cercear esses direitos é um atentado à própria democracia", completou.
Mudança de opinião
Mendonça justificou o fato de quando era AGU encaminhou, em setembro do ano passado, manifestação defendendo a legalidade do inquérito.
"Esclareço que, em 2019, enquanto Advogado-geral da União, por dever de ofício imposto pela Constituição, defendi a constitucionalidade do ato do Poder Judiciário. Em nenhum momento, me manifestei quanto ao mérito da investigação e jamais tive acesso ao seu conteúdo", argumentou.
Na nota de hoje, o ministro da Justiça disse que a Polícia Federal (PF), que é subordinada a sua pasta, não teria poder de avaliar o mérito das decisões encaminhadas pelo STF. "Da mesma forma, as diligências realizadas pela Polícia Federal nesses casos se dão no estrito cumprimento de ordem judicial".
A operação de hoje que mirou aliados do presidente tem potencial para desgastar ainda mais a relação do Executivo com o Judiciário. Ontem, o presidente Bolsonaro havia feito elogios à PF pela operação de atingiu seu adversário político, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel.
O presidente ainda não se manifestou sobre a operação de hoje, mas tem dito a aliados que teme que o inquérito das fake News chegue até um de seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro.
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