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Carla Araújo

Para destinar R$ 3,3 bi para obras governo quer tirar R$ 1,4 bi da Educação

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, em inauguração de trecho do eixo norte da transposição do São Francisco, no Ceará  - Isac Nóbrega/Divulgação
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, em inauguração de trecho do eixo norte da transposição do São Francisco, no Ceará Imagem: Isac Nóbrega/Divulgação

e Antonio Temóteo

01/10/2020 18h32

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Em meio aos desgastes da equipe econômica e da ala política do governo por conta da repercussão negativa das ideias de financiamento para o programa de renda do presidente Jair Bolsonaro, o governo finalmente tirou da gaveta o PLN, projeto de lei do Congresso Nacional para solicitar remanejamento do orçamento. A pauta era um pedido de aliados políticos que já se arrastava há meses.

Nesta quinta-feira, o texto finalmente chegou ao Congresso. Na mensagem, o governo pede para remanejar R$ 6,1 bilhões do orçamento. Desse total, R$ 2,3 bilhões serão destinados ao Ministério do Desenvolvimento Regional, R$ 1 bilhão para o Ministério da Infraestrutura e R$ R$ 243 milhões para o Ministério da Saúde.

Pela proposta enviada ao Legislativo, o orçamento do Ministério da Educação será reduzido R$ 1,4 bilhão. A pasta é a que sofrerá o maior corte de verbas.

A negociação do remanejamento consumiu bastante energia da articulação política. A ideia de retirar recursos da educação era vista com receio por parte do governo, que temia repercussão negativa com a medida.

Auxiliares do governo, no entanto, dizem que há na pasta recursos que deixaram de ser utilizados por conta da pandemia, como verbas destinadas para o transporte escolar.

Mais perdedores

Além da Educação, o Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes, abrirá mão de R$ 615 milhões. O Ministério da Defesa pode perder R$ 330 milhões e o Ministério da Justiça terá que abrir mão de outros R$ 300 milhões.

A destinação de recursos para os ministérios do Desenvolvimento Regional, comandado por Rogério Marinho, e da Infraestrutura, chefiado por Tarcísio de Freitas, faz parte dos planos do governo para terminar obras públicas.

Com isso, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) manterá a agenda de viagens para inaugurar empreendimentos, sobretudo no Nordeste.