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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Lira evita caso 'Silveira', mas diz a Guedes que pautas não travarão

Paulo Guedes e Arthur Lira - Mateus Bonomi/Agência Estado
Paulo Guedes e Arthur Lira Imagem: Mateus Bonomi/Agência Estado

e Luciana Amaral

18/02/2021 15h42

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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), parecia desconfortável quando chegou à residência oficial do Senado para um almoço com o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.

Guedes foi ao encontro com a expectativa de ter a garantia de que a agenda econômica não ficará paralisada após a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ). Segundo relatos, Lira não falou nominalmente do caso, mas afirmou que trabalharia para que nada atrapalhe os planos do governo, principalmente em relação às contrapartidas para a retomada de um auxílio emergencial.

Passados os minutos iniciais de tensão, Lira demonstrou que buscará tocar a pauta normalmente. "Ele não falou em prender ou soltar ninguém. Isso não é assunto de governo", disse uma fonte.

A previsão atual é que o Congresso Nacional aprove um texto de ajustes fiscais - possivelmente a fusão das PECs (Proposta de Emenda à Constituição) emergencial e do pacto federativo - para liberar espaço no orçamento ao auxílio à população mais carente em meio à pandemia. A expectativa é que a ajuda seja viabilizada por meio da edição de uma Medida Provisória após a aprovação do texto pelos parlamentares.

Mesmo com o aval de parte da oposição, há quem reclame dessa junção e pouco prazo para análise, apurou o UOL. Para um senador, sob reserva, o governo está se aproveitando da situação para aprovar medidas de ajustes fiscal que não teriam espaço caso o auxílio não estivesse acoplado à discussão.

No Ministério da Economia a defesa é por até quatro parcelas de R$ 200 ou R$ 250. Parte da oposição quer que a ajuda seja de até R$ 600 por cerca de seis meses. Um meio-termo é o mais provável.

Na saída do almoço, em coletiva, Lira também preferiu não tratar do caso do deputado preso. No entanto, disse que estava ao lado dos ministros e de Pacheco em uma "demonstração clara para toda a população de que enfrentaremos os problemas".

"Nossa democracia é forjada em firmeza de posição de instituições e nós, com isso, damos aqui uma demonstração clara para toda a população de que enfrentaremos os problemas. Eles se acomodam gradativamente com o tempo. Mas, as pautas que foram traçadas pelo governo federal, pela Câmara e pelo Senado continuarão firmes, sem obstáculos para que suas discussões e aprovações aconteçam o mais rápido possível nas duas Casas", afirmou.