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Exército: Novo comandante é "muito tropa e pouco político", dizem militares
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Escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para ser o novo comandante do Exército, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira é apontado por pares como um homem "muito querido pela tropa" e com ótimas relações humanas.
A avaliação de coronéis e generais ouvidos pela coluna é de que a escolha, anunciada nesta quarta-feira pelo novo ministro da Defesa, general Braga Netto, foi positiva.
Apesar disso, na avaliação de um coronel, falta ao general um pouco de traquejo político, o que poderia dificultar a sua relação com as Forças e com o governo.
"Ele é muito querido pela tropa, é um homem da tropa, mas neste cargo é preciso ser político também", disse.
O Exército enviou a Braga Netto uma lista com o nome dos cinco generais, que seriam os candidatos naturais, por ordem de antiguidade: Décio Luís Schons, José Carlos de Nardi, José Luiz Freitas, Marcos Antônio Amaro e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
Os dois primeiros, no entanto, já estão de passagem para a reserva, ou seja, na lista que realmente valia Paulo Sério estaria em terceiro. Pela ordem enviada pelos militares, seria o quinto.
Bolsonaro não era obrigado a seguir a lista. Na tarde desta quarta-feira, Braga Netto conversou com os 'candidatos' para as vagas.
Conforme afirmou um general, no entanto, após a escolha feita, o comandante passa a ser respeitado.
Além disso, lembram os generais, quando há uma escolha que não respeita a ordem da lista o assunto é tratado com os mais antigos e aceito por eles.
Seguidor da lei
Generais que elogiaram o novo comandante destacaram que Paulo Sérgio é "muito correto" e "seguidor da lei".
Militares lembram ainda que o general teve uma experiência bem-sucedida quando dirigiu o Hospital das Forças Armadas (HFA) e é hábil nas relações humanas. "Ele é dado ao diálogo e benquisto".
Entrevista polêmica
Generais minimizaram uma suposta insatisfação do presidente Bolsonaro com uma entrevista dada pelo general Paulo Sérgio no fim de semana. "Se realmente não tivesse gostado, não teria sido escolhido", afirmou um militar de alta patente.
Em entrevista ao Correio Braziliense, Paulo Nogueira revelou que parte dos militares está em teletrabalho e que são tomados cuidados mesmo com os mais jovens no retorno para suas casas. Por isso, o percentual de mortes na caserna seria menor do que no resto país se algo "melhorasse no Brasil".
"O índice de letalidade é muito baixo, menor do que na rede pública, graças a essa conscientização, essa compreensão, que é o que eu acho que, se melhorasse no Brasil, provavelmente, o número de contaminados seria bem menor", disse o general.
"Estamos com uma taxa de mortalidade de 0,13%. Ínfima, em termos de comparação com a do país."
Mesmo com mortes recordes, Bolsonaro continua insistindo em seu discurso contra as restrições de mobilidade para o combate a pandemia.
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