Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Exército abre apuração disciplinar contra Pazuello após ato com Bolsonaro
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Depois de um dia de conversas entre o ministro da Defesa, Braga Netto, o comandante do Exército, general Paulo Sérgio, e membros da cúpula militar ficou decidido que será aberto um procedimento disciplinar contra o general Eduardo Pazuello, para apurar as irregularidades de sua participação em um ato político ao lado do presidente Jair Bolsonaro.
A informação foi confirmada pela coluna por militares ligados ao comandante e também ao ministério da Defesa.
Pazuello terá que formalizar por escrito suas explicações. Somente após sua manifestação, é que o comandante do Exército tomará uma decisão sobre uma punição ao general e ex-ministro da Saúde. Pazuello terá inicialmente até 72 horas para se manifestar depois de ser informado da abertura da investigação interna. O procedimento pode durar até 30 dias.
O prazo, no entanto, pode variar conforme a determinação do Comandante e o só passa a valer após a formalização ao envolvido, no caso Pazuello. "Pode haver prorrogação. Esse assunto de duração está em aberto", disse um general.
A punição pode ser julgada como transgressão leve, média ou grave. No final do processo, o Exército pode aplicar desde uma pena de advertência até mesmo determinar a prisão e exclusão das fileiras da Força.
Presidente pediu silêncio?
A expectativa ao longo do dia era que houvesse a divulgação de uma nota do Exército confirmando a abertura do processo, mas, no início da noite, foi informado que não haveria mais essa manifestação oficial.
Segundo a jornalista Eliane Cantanhêde, do jornal O Estado de S. Paulo, a decisão do Exército para não publicar a nota teria sido tomada após um apelo de Braga Netto feito a pedido do próprio presidente da República.
Fontes da Defesa, porém, tentam negar a influência tão direta de Bolsonaro sobre a atuação das Forças Armadas e afirmam que o ministério não teria razões para se pressionar o Exército, já que o caso envolve apenas uma "responsabilidade administrativa", que é do Exército.
Na avaliação de militares ligados ao ministro da Defesa, por se tratar de um "processo interno" não haveria necessidade de formalizar agora uma decisão.
A coluna procurou oficialmente o Exército, mas ainda não obteve retorno.
Apesar disso, fontes militares ouvidas pela coluna disseram que se ficar de fato provada uma interferência "neste nível" do presidente a imagem do Exército ficaria ainda mais arranhada.
O apelo entre integrantes do Alto Comando e de militares de alta patente é que o general Paulo Sergio aplique uma "punição exemplar" em Pazuello.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.