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Ala do STF deve defender que não é papel da corte impedir Copa América
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A tendência no Supremo Tribunal Federal (STF) é que a realização da Copa América no Brasil não seja barrada. A avaliação de pessoas ligadas ao STF e do Planalto é que a corte está sendo chamada a julgar casos polêmicos na pandemia, mas que, neste caso, não caberia ao STF arbitrar sobre a decisão.
Um ministro do Supremo, ouvido reservadamente pela coluna, afirmou que "não é papel do STF impedir o evento".
De acordo com fonte ligada ao tribunal, a corte deve ainda reafirmar que cabe ao Poder Executivo local deliberar sobre as medidas preventivas e de combate à covid. A avaliação é que a maior parte dos ministros deve acabar evitando o desgaste de impedir a Copa América às vésperas do evento.
Conforme mostrou a colunista do UOL, Carolina Brígido, o STF tem tomado decisões muito claras de apoiar as medidas protetivas e restritivas ao alastramento do coronavírus, mas no caso em questão uma decisão contrária ao acordo feito pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, com a Commebol, por meio da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), tende a agravar ainda mais a crise entre Executivo e Judiciário.
"O mais lógico seria imaginar que o Supremo fosse barrar a Copa América. Só que se o Supremo fizer isso, vai ser muito complicado porque tem jogo já marcado para o domingo. Vai implicar em uma conjuntura toda de reorganizar o torneio, que pode ficar desconfortável para o Supremo e pode acirrar as relações do Supremo com o Palácio do Planalto, que não são das melhores", disse.
Bolsonaro foi nesta terça-feira pessoalmente até o STF para uma conversa com o presidente da corte, Luiz Fux. A visita aconteceu logo depois que o STF marcou para quinta-feira (10) uma sessão extraordinária para tratar com urgência e decidir a respeito da realização ou não da Copa América no Brasil.
Oficialmente, o STF disse que Bolsonaro foi fazer uma visita de cortesia e que ouviu o pedido para que não indique o substituto do ministro Marco Aurélio antes da aposentadoria do magistrado.
Diferentemente do Supremo, o Palácio do Planalto não informou o teor da conversa nem divulgou a agenda.
Auxiliares palacianos dizem que não dá para garantir que Bolsonaro também fez um pedido a Fux, no caso a liberação da Copa América. Segundo um interlocutor do presidente, porém, é muito provável que ele tenha defendido a sua escolha pelo evento no país.
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