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Bolsa Família: Governadores do NE cobram que Bolsonaro zere fila de 2,4 mi
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O presidente do Consórcio Nordeste, governador do Piauí, Wellington Dias (PT), enviou um ofício nesta quarta-feira (6) ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Cidadania, João Roma, apresentando os números e pedindo mais ações do governo federal.
No ofício, o governador diz que "diante dos dados apresentados verifica-se a urgente necessidade de implementação de ações para zerar a fila de espera do Programa Bolsa Família, devendo o Estado garantir o direito de todo cidadão que necessitar acessar".
O governador afirma ainda que a quantidade de pessoas em situação de pobreza no Brasil tem aumentado drasticamente, agravada ainda mais em virtude da pandemia. "As políticas sociais, como o Programa Bolsa Família, são fundamentais para o enfrentamento à pobreza e alívio da pobreza extrema, bem como para a garantia de acesso a direitos das famílias em situação de vulnerabilidade", afirma.
Pobreza em alta
A região Nordeste apresentou um aumento na demanda do Bolsa Família. Um levantamento realizado pela câmara temática da assistência social do Consorcio Nordeste aponta ainda que a fila de espera do programa na região nordeste subiu 25% de fevereiro a julho de 2021.
Segundo o Consórcio, que reúne governadores da região, 2,4 milhões de brasileiros estão a espera do benefício, sendo que 881.748 famílias estão no Nordeste, o que representa 36% do total.
Outro lado
Em resposta à coluna, o Ministério da Cidadania disse que "tem trabalhado sistematicamente para fortalecer os programas sociais e estabelecer uma rede de proteção para a população em situação de vulnerabilidade no país". Segundo a pasta, desde abril de 2020, o número de famílias atendidas pelo Programa Bolsa Família se mantém acima dos 14 milhões. "Portanto, não houve diminuição no número de contemplados pelo Bolsa Família nesta gestão".
De acordo com o Ministério, entre janeiro e abril deste ano, mais de 600 mil novas famílias ingressaram no programa. "Atualmente, 14,65 milhões de famílias de todo o país são atendidas, o que representa o maior patamar de cobertura", diz.
O ministério afirma ainda que na região Nordeste, o número passou de 6,9 milhões de famílias atendidas em 2018 para 7,1 milhões atualmente.
"O número de contemplados flutua mensalmente, em virtude dos processos de inclusão, exclusão e manutenção de famílias", diz a pasta. "À medida que famílias são desligadas do programa, aquelas habilitadas, ainda não selecionadas, são incluídas gradualmente, por meio desse sistema, observando e cumprindo a disponibilidade orçamentária e a estimativa de pobreza para cada local, além de considerar a ordem de prioridade das famílias".
O ministério diz ainda que o governo pagou por meio do Auxílio Emergencial mais de 68,3 milhões de famílias de todo o país, num repasse da ordem de R$ 335,63 bilhões até o momento.
Aposta no Auxílio Brasil
Apesar de o governo ainda não ter a solução para os recursos que bancarão o novo programa social do governo, que substituirá o Bolsa Família e passará a se chamar Auxílio Brasil, o Ministério da Cidadania diz que o novo programa vai fortalecer a rede de proteção social e admite que ele pode zerar a fila existente.
"A proposta prevê a ampliação do número de famílias contempladas atualmente, zerando a fila de espera, além de reajuste nos valores dos benefícios pagos, com maior eficiência no direcionamento dos recursos públicos".
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