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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Guedes dará secretaria a seu braço direito e cargo a ex-governo Doria

Ex-secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy - UESLEI MARCELINO/REUTERS
Ex-secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy Imagem: UESLEI MARCELINO/REUTERS

Do UOL, em Brasília

04/12/2021 16h00

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Na dança das cadeiras que pretende fazer no Ministério da Economia, o ministro Paulo Guedes escolheu a atual Chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos da pasta, Daniella Marques, sua ex-sócia e considerada seu braço-direito, para assumir a Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade no lugar de Carlos da Costa.

Costa, que acumula inimizades e desgastes dentro da própria pasta, vai ganhar um cargo fora do país e será adido comercial do Ministério em Washington. Sua função será apresentar projetos para tentar atrair investidores estrangeiros para aplicar no Brasil.

Daniella é uma espécie de "superego" do ministro e até então trabalhava nos bastidores, avessa a holofotes. Ao longo dos três anos de governo, a administradora e com experiência no mercado financeiro atuou ativamente nas negociações com o Congresso e tem bom trânsito no Palácio do Planalto e com parlamentares.

Com o novo cargo, a secretária terá como missão ampliar o diálogo com o setor produtivo.

O anúncio oficial será feito após a publicação de um decreto que está sendo preparado para permitir as mudanças na pasta e também criar a Secretaria Especial de Estudos Econômicos, que foi batizada internamente de S3E.

A nova pasta abrigará o comando do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), da SPE (Secretaria de Política Econômica).

Mais um homem do PP para ajudar na política

Outra mudança que Guedes deve fazer nas próximas semanas é trazer um "político experiente" para melhorar a relação da economia com a ala política do governo e também com o Congresso.

Segundo apurou a coluna, o escolhido é Alexandre Baldy (PP-GO), que até outubro deste ano ocupava o cargo de secretário estadual dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, no governo de João Doria (PSDB), desafeto do presidente Jair Bolsonaro.

Na sua saída, Doria divulgou uma nota oficial em que fez elogios ao político. "Alexandre Baldy foi competente, dedicado e inovador à frente da Secretaria de Transportes Metropolitanos. Deixa amigos e um grande legado com sua atuação", afirmou o tucano.

Baldy deve assumir a função de Relações Institucionais do Ministério da Economia, cargo que era de Esteves Conalgo, atual Secretário do Tesouro e Orçamento.

O aceno de Guedes de abrir espaço para o PP atende também ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, um dos caciques do partido e bem próximo a Baldy.

Pré-candidato ao Senado por Goiás, a passagem de Baldy pela pasta terá como missão conseguir manter uma agenda econômica no Congresso que possa auxiliar a campanha eleitoral de Bolsonaro.