Variação cambial prejudica margem de lucro de sex shops de luxo
Larissa Coldibeli
Do UOL, em São Paulo
13/02/2014 06h00
Donos de sex shop que desejam investir na oferta de produtos de luxo podem ter a margem de lucro reduzida,conforme a variação cambial, segundo empresários do setor. O motivo é que muitos artigos são importados e, por isso, podem encarecer com a alta do dólar.
"Apesar desses artigos terem um público cativo e contar com pessoas que estão dispostas a pagar mais por um produto único, nem sempre o empresário consegue repassar o aumento para o consumidor final", diz. Paula Aguiar, presidente da Abeme (Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual).
Aguiar afirma que os artigos eróticos de luxo costumam custar o dobro dos tradicionais, seja pela tecnologia embutida, pelo uso de materiais nobres, como nas lingeries e nos cosméticos, e até pela embalagem, mais elaborada.
Há empresas que abrem lojas em locais chiques, como a rua Oscar Freire (centro de consumo de luxo em São Paulo) -caso da Lovetoys Erotic Boutique-, e apostam na oferta de produtos de luxo, como um vibrador recarregável coberto de ouro 24 quilates, para atrair o público das classes A/B.
As mulheres são os principais consumidores das boutiques eróticas, de acordo com Aguiar, porque elas se sentem responsáveis pelo relacionamento e procuram se diferenciar junto aos parceiros. Por isso, vale a pena investir em um atendimento personalizado para deixar essas consumidora bem à vontade na loja.
"A indústria de luxo possui itens altamente tecnológicos, por isso, é importante ter um atendente treinado. "Se o cliente necessitar de um atendimento exclusivo, a empresa também pode disponibilizar um vendedor para ir até a sua casa, por exemplo."
Para abrir uma loja erótica de luxo, segundo Aguiar, é necessário levar em conta o ponto comercial, a escolha dos produtos e, principalmente, o atendimento. Ter um espaço que ofereça cursos e palestras sobre sexo também ajuda a fidelizar a clientela, segundo ela.
“O empreendedor dessa área tem de conhecer muito bem o mercado e acompanhar lançamentos de produtos importados, pois um cliente das classes A/B é bem informado e viajado", diz.