IPCA
0,46 Jul.2024
Topo

Ministério fiscalizará informalidade de domésticos mediante denúncias

Do UOL, em São Paulo

07/08/2014 12h41

O Ministério do Trabalho fará a fiscalização da informalidade do trabalhador doméstico por meio de denúncias, já que a partir de hoje (7) a falta de registro pode resultar em multa de R$ 805,06 para o patrão.

Para denunciar, o trabalhador deve procurar uma unidade regional do ministério - Agência do Trabalhador, Delegacia do Trabalho, Superintendência Regional do Trabalho - onde preencherá um formulário com os dados do empregador.

O patrão será notificado a comparecer a uma Delegacia do Trabalho para prestar esclarecimentos. “Caso o empregador não compareça, a denúncia será encaminhada ao Ministério Público do Trabalho”, garantiu o coordenador-geral de Recursos, da Secretaria de Inspeção do Trabalho, Roberto Leão.

Segundo ele, não haverá fiscalização nas residências. "Em momento nenhum a gente vai fiscalizar a casa das pessoas. De acordo com o Artigo 5º da Constituição Federal, o lar é inviolável. As pessoas não podem ingressar sem autorização judicial”.

De acordo com o presidente do Instituto Doméstica Legal Mário Avelino, a expectativa é que o número de formalizações aumente de 10% a 15%, já que a informalidade “vai ficar mais cara”. Para ele, o  fato de a multa começar a vigorar já "quebra a espinha de uma cultura patriarcal".

Doméstico que trabalha por pelo menos três dias deve ser registrado

“O registro das informações na carteira é obrigatório, mesmo nos casos em que o profissional esteja em período de experiência”, explica o advogado trabalhista Cristiano Oliveira.

Segundo Oliveira, se a pessoa trabalha pelo menos três dias por semana para uma família, precisa ser registrada dentro das normas. São considerados trabalhadores domésticos, cuidadores, auxiliares de limpeza, cozinheiras, jardineiros, motoristas e caseiros e babás, entre outros.

Lei que pune falta de registro não faz parta da PEC das domésticas

A lei que determina a punição por falta de registro não faz parte da chamada PEC das Domésticas, emenda constitucional que igualou os direitos dos empregados domésticos aos dos demais trabalhadores, promulgada em abril do ano passado.

Entretanto, é considerada mais uma conquista dos trabalhadores já que pressiona os patrões a formalizar a situação dos domésticos. Vários dos direitos previstos na PEC das Domésticas ainda não foram regulamentados.

Trabalhadores domésticos e defensores da categoria reclamam da demora para a consolidação de direitos considerados fundamentais como o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), salário-família e seguro-desemprego.

Com o ano eleitoral, a expectativa é que a regulamentação, parada na Comissão Especial do Congresso Nacional que trata do assunto, só saia no ano que vem.

(Com Agência Brasil)