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Escravidão acabou em 1888? Veja campanhas contra trabalho escravo moderno

Do UOL, em São Paulo

13/05/2015 06h00

Neste 13 de maio, o Brasil comemora a Abolição da Escravatura. Foi neste dia, em 1888, que a princesa Isabel assinou a Lei Áurea. Mas, 127 anos depois, o país ainda convive com o trabalho análogo ao de escravo. 

Nos últimos 20 anos, foram resgatados mais de 47 mil trabalhadores submetidos a condições degradantes e a jornadas exaustivas em propriedades rurais e em empresas, segundo levantamento da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo, do Ministério do Trabalho. 

Em São Paulo, a maior parte desses trabalhadores está no setor têxtil e na construção. Recentemente os fiscais do Ministério Público do Trabalho encontraram pessoas em situação degradante em confecções que fornecem para grandes lojas, como Zara e Renner.

Por causa disso, diversas organizações, públicas e privadas, fazem campanhas com o objetivo de alertar para o problema.

Camiseta por 2 euros, mas com trabalho escravo

Outras partes do mundo também convivem com o trabalho degradante. O movimento Fashion Revolution, que diz estar presente em 71 países, tem o objetivo de conscientizar para o custo real das roupas comercializadas. 

Em campanha do grupo que viralizou na internet, uma máquina vendia camisetas a 2 euros. Antes de poder comprar, porém, as pessoas viam as condições em que as roupas eram produzidas.

Ao saber das condições, as pessoas preferiram doar o dinheiro, em vez de comprar a camiseta.

"Você pode até não ver" 

Em 2013, o Ministério do Trabalho também alertou para o fato de que muitos produtos do nosso cotidiano podem ter sido feitos com trabalho escravo.

Famosos entram na luta

Em 2002, artistas e intelectuais participaram de campanha pela aprovação da PEC do Trabalho Escravo, que só foi promulgada pelo Congresso em 2014. Entre os famosos que participaram estão o ator Wagner Moura, as atrizes Camila Pitanga e Dira Paes e o músico Caetano Veloso.

As características do trabalho escravo

Viagens com conforto e segurança no trabalho foram qualidades colocadas de maneira irônica em vídeo do Ministério Público do Trabalho no ano passado.

Escravidão está próxima

Para mostrar que, muitas vezes, o trabalho escravo não está distante, o governo britânico lançou propaganda no ano passado se referindo a ele como um "crime escondido".