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Pesquisa mostra profissões em alta em 2019; salário chega a R$ 26 mil

Getty Images
Imagem: Getty Images

Claudia Varella

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/10/2018 04h00

Quais serão as profissões que devem estar em alta no próximo ano? Levantamento da consultoria de recrutamento e seleção Robert Half mostra as principais tendências e revela que os salários chegam a R$ 26 mil.

Em seu Guia Salarial 2019, a empresa mapeou os cargos e salários para nível de média e alta gerência. Algumas das profissões em destaque são analista de marketing, gerente de TI e gerente de RH.

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Foram analisadas oito áreas: engenharia, finanças e contabilidade, jurídica, mercado financeiro, recursos humanos, seguros, tecnologia e vendas e marketing.

"Os últimos dois anos foram recessivos, e as empresas no geral pararam de investir, o que causou desemprego e estagnação nas faixas salariais. Em 2019, a tendência é as empresas começarem a desengavetar seus projetos e, com isso, busquem profissionais altamente qualificados", afirmou Maria Sartori, gerente sênior de recrutamento da consultoria.

Veja abaixo os cargos que devem estar em alta em 2019, segundo a Robert Half. Os valores mínimo e máximo variam conforme o porte da empresa.

1) Recursos Humanos

  • Cargo em alta: gerente de RH generalista
  • Habilidades: foco no negócio, comprometimento, papel estratégico e conhecedor de tecnologias
  • Faixa salarial: de R$ 11,5 mil a R$ 26 mil

Maria Sartori, da Robert Half, disse que as empresas estão focadas na formação de líderes e na criação e desenvolvimento de equipes mais capacitadas. Para isso devem voltar a atenção para as áreas de recrutamento e treinamento.

2) Finanças e Contabilidade

  • Cargos em alta: analista contábil/fiscal sênior e gerente contábil/fiscal
  • Habilidades: visão estratégica, boa comunicação, dinamismo, capacidade de influenciar e inglês e espanhol fluentes
  • Faixa salarial: de R$ 6.000 a R$ 10 mil (analista contábil/fiscal sênior) e de R$ 10,5 mil a R$ 26 mil (gerente contábil/fiscal)

Segundo a pesquisa, as empresas devem pensar menos em corte de custos e dar mais relevância para áreas que geram valor aos negócios. "Profissionais de planejamento financeiro, principalmente os com perfil mais comercial, tendem a ser bastante disputados. Entre os analistas, cargos com foco em lançamento de produtos, vendas e análise de negócios terão destaque", disse Maria.

3) Tecnologia

  • Cargo em alta: gerente de TI generalista
  • Habilidades: visão estratégica, boa comunicação e inglês fluente
  • Faixa salarial: de R$ 14 mil a R$ 25 mil

A pesquisa diz: "Para posições gerenciais, as empresas buscam profissionais com perfil de liderança, mas que apresentem o conhecimento técnico necessário para atuar mais próximo da operação. Os times têm se tornado muito ágeis, o que exige um líder que trabalhe junto de sua equipe para direcioná-la. Nesse novo cenário, os gestores que apenas delegam perdem a vez para aqueles com um perfil mão na massa".

4) Jurídico

  • Cargo em alta: gerente jurídico
  • Habilidades: visão do negócio, perfil comercial, boa comunicação, comprometimento e conhecimento em tecnologias
  • Faixa salarial: de R$ 12 mil a R$ 25 mil

Em 2019, com os sinais de uma retomada do mercado, atividades mais focadas no negócio, como contratos, fusões e aquisições, voltam a ser destaques. "As habilidades comportamentais do profissional, como boa comunicação e comprometimento, estão chamando cada vez mais a atenção dos recrutadores das empresas", disse Maria.

5) Seguros

  • Cargo em alta: gerente comercial
  • Habilidades: perfil inovador, visão estratégica, boa comunicação e inglês fluente
  • Faixa salarial: de R$ 9.500 a R$ 19,5 mil

De acordo com a pesquisa, a inovação no mercado de seguros, com as chamadas "insurtechs" (startups especializadas em seguros), ajuda na atração de mais consumidores e incentiva o crescimento do setor, com a abertura de novas empresas e postos de trabalho na área.

6) Mercado Financeiro

  • Cargo em alta: analista de compliance (normas da empresa)
  • Habilidades: perfil inovador, visão estratégica, boa comunicação e inglês fluente
  • Faixa salarial: de R$ 6.600 a R$ 15,5 mil

A pesquisa observa duas tendências: o avanço das fintechs e o esforço dos grandes bancos em criar canais de relacionamento digital com os clientes. Mostra que essas mudanças envolvem também processos internos, princípios e estruturas organizacionais. As áreas de crédito, comercial e regulatória voltam a se destacar em 2019.

7) Engenharia

  • Cargo em alta: comprador, responsável por negociar com os fornecedores da empresa para baratear os custos de um projeto, por exemplo 
  • Habilidades: inglês fluente, boa comunicação, alto nível de especialização e conhecimento do produto/serviço, comprometimento, flexibilidade, perfil analítico, foco nos resultados e bom relacionamento interpessoal
  • Faixa salarial: de R$ 5.100 a R$ 13,5 mil

A pesquisa diz: "Os destaques são as novas contratações para as áreas de vendas. Com o objetivo de abrir novas oportunidades de negócios e fidelizar clientes antigos, as empresas têm apostado em um novo perfil de profissional, reinventando a função dos engenheiros que atuam na área."

8) Vendas e Marketing

  • Cargo em alta: analista de marketing/comunicação
  • Habilidades: "hunter", conhecimento em tecnologias, perfil analítico e foco em resultados
  • Faixa salarial: de R$ 3.600 a R$ 7.500

A área de marketing volta a ser reconhecida como estratégica, e a área de vendas está cada vez mais focada em resultados e novos clientes. "Dentro da área de vendas, há dois perfis: o 'hunter', que caça novas oportunidades, e o 'farmer', que cuida dos clientes já conquistados. Hoje, o que o mercado mais busca é o 'hunter'", declarou Maria, da Robert Half.

Contrato por projeto cresce

Outro dado apontado pela pesquisa é a tendência de as empresas fazerem contratos temporários para altos cargos, desde analista até diretor, dentro de um projeto específico. Dados do Guia Salarial 2019 mostram que quase 40% das empresas consideram a possibilidade de contratar profissionais por projeto.

Para Maria, essa nova forma de trabalhar é um reflexo da reforma trabalhista, que entrou em vigor em novembro do ano passado.

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