IPCA
0,46 Jul.2024
Topo

Veja as perspectivas para as ações da Vale e da Petrobras

Do UOL, em São Paulo

01/04/2013 06h00

Analistas do setor financeiro estão pessimistas a respeito das ações da Petrobras e um pouco menos sobre as ações da Vale.
Impressiona como os papéis da petrolífera desapareceram das listas de ações recomendadas, periodicamente distribuídas por bancos e corretoras de valores.

Os papéis da mineradora, por outro lado, ainda são o denominador comum de muitas dessas listas. Há pelo menos três motivos: as expectativas de recuperação dos preços do minério de ferro (o principal produto da mineradora); a demanda ainda robusta da China (a influência principal nos preços do minério); e a visão de que o prejuízo bilionário visto nos resultados do quarto trimestre foi um evento pontual.

Especialistas, no entanto, estão preocupados com um possível aumento de custos para a empresa. A votação do novo Código de Mineração brasileiro, que deve entrar na pauta do Congresso neste ano, pode ter como consequência o aumento dos encargos com royalties.

No médio e no longo prazo, há dúvidas também sobre a demanda chinesa. Embora haja expectativas de que o gigante asiático continue crescendo a taxas acima dos demais países, poucos esperam que o país avance tão rapidamente como visto na década passada.

As corretoras consultadas apontam um preço-alvo (previsão para um prazo de 12 meses, revisada regularmente) de R$ 44 para a ação preferencial da mineradora, atualmente negociada por R$ 33,24 na Bovespa.

No caso da petrolífera, o cenário é mais incerto. Os aumentos recentes de combustíveis e e a promessa da estatal de vender parte de seu patrimônio não se tornaram fatores suficientes para mudar o desânimo geral do mercado.

As justificativas para a cautela se acumulam: o alto nível de endividamento da empresa, a frustração constante das metas de produção e a interferência do governo na gestão da estatal são os fatores mais citados.

As perspectivas mais otimistas para a petrolífera estão no longo prazo, principalmente considerando as reservas da camada pré-sal. “Em algum momento, os investimentos já feitos vão ter que retornar para a empresa”, diz Érico Argolo, sócio da gestora de investimentos Bogari Capital.

As corretoras consultadas apontam um preço-alvo em torno de R$ 35 para a ação preferencial da petrolífera, atualmente negociada por R$ 18,35 na Bovespa.

As “portas de saída” do mercado brasileiro

As duas empresas possuem as ações mais negociadas pelos investidores na Bolsa de Valores de São Paulo.

Por esse motivo, são usadas como porta de entrada, mas também como porta de saída para o mercado brasileiro de ações, principalmente por estrangeiros.

Quando há otimismo e confiança a respeito das perspectivas da economia (e da Bolsa) doméstica, os investidores compram “Brasil” por meio desses dois papéis. Quando essas expectativas revertem, são os primeiros papéis a sofrer.

Atualmente, salientam analistas, há desconfiança entre os investidores estrangeiros a respeito da eficiência da política econômica brasileira para combater a inflação.