Quanto guardar para a reserva de emergência? Onde investir o dinheiro?
Matheus Adami
Colaboração para o UOL, de São Paulo
30/08/2021 04h00
Com as finanças descontroladas, o produtor cultural Vinícius Rigoletto, 40, pediu ajuda do programa Desafio Aceito, apresentado por Thelma Assis, vencedora do BBB20. Com as dicas de Yolanda Fordelone e Cesar Esperandio, especialistas em finanças e colunistas do UOL, conseguiu botar as contas em ordem e até economizar para começar uma reserva de emergência.
Quer fazer como Vinícius e montar uma reserva para imprevistos? Veja recomendações de quem entende do assunto.
A reserva de emergência é, como o nome diz, um valor que deve ser reservado para qualquer eventualidade que possa surgir: uma despesa médica não prevista ou um reparo na casa, por exemplo.
Confira dicas para montar a sua reserva de emergência.
Qual é o valor ideal da reserva de emergência?
Antes de saber quanto se deve guardar por mês, o ideal é saber qual deve ser o tamanho final da reserva de emergência. A meta varia de pessoa para pessoa. "É algo entre três e 12 meses meses de despesa da pessoa ou família", afirmou Alexandre Brito, sócio da Finacap Investimentos.
E por que esse intervalo? Uma família na qual as pessoas têm emprego estável e previsibilidade de remuneração tem segurança maior, por isso pode ter uma reserva de três meses. Os 12 meses são justamente para o empresário ou o pequeno empreendedor, que precisa ter uma reserva maior.
Para André Alvarenga Chede, da Planejar (Associação Brasileira de Planejamento Financeiro), o ideal é ter o equivalente a seis meses de despesas.
Quanto do salário destinar para a reserva?
Após definir o tamanho final da reserva de emergência, o próximo passo é iniciar a reserva. Novamente, não há uma porcentagem exata do salário que deva ser guardada para o "colchão" emergencial.
"É preciso saber quanto você quer acumular de patrimônio e qual é o prazo desejado. Por exemplo, se você quer juntar uma reserva de R$ 30 mil em um prazo de um ano, você precisará poupar R$ 2.500 por mês", afirmou a planejadora financeira Fernanda Prado.
"Verifique se essa meta de poupança mensal é viável para você e calcule qual a participação desse valor na sua renda mensal. Caso não seja possível poupar R$ 2.500 mensalmente hoje, comece com um valor menor e alongue o prazo", acrescentou.
Para Fernanda de Rousset, gerente de relacionamento da B.Side Investimentos, separar 10% do salário é uma meta factível.
"Uma vez que as dívidas estejam quitadas, que você reduziu os gastos e conseguiu se planejar no futuro, é bacana colocar uma meta que seja viável —10% é um bom número", disse.
Pague-se primeiro
Para os especialistas, o segredo é ter disciplina e priorizar os gastos. "Existe uma palavra mágica que é disciplina, para seguir o que foi planejado", falou Prado.
"Há um conceito que se chama 'pague-se primeiro', que é um dos mais legais quando você fala em planejamento financeiro. Ao receber o salário, a primeira coisa que você deve fazer é já transferir o valor planejado para a sua conta de investimentos e viver com o que sobra", afirmou Chede.
"O que a maioria das pessoas faz é justamente o contrário: recebe o salário e gasta. Aí a gestão financeira é feita unicamente no último dia do mês. Se sobrou dinheiro, ela guarda; se não sobrou, paciência", disse.
Onde investir a reserva?
Depois de saber quanto dinheiro será necessário ter na reserva de emergência e qual o valor a ser guardado todo mês para esse fim, é preciso escolher bem onde investir.
O ideal, de acordo com os especialistas, é que o investimento reúna três características: liquidez (possibilidade de ter o dinheiro imediatamente), baixo custo e segurança.
"Na reserva de emergência não podemos arriscar. Um CDB pós-fixado, o Tesouro Selic, fundos de investimento DI, contas remuneradas, todos esses se enquadram. Rendendo 100% do CDI, está valendo", disse Lai Santiago, educadora financeira da Open.
"Você está buscando liquidez, que é ter o dinheiro rápido, e segurança", disse Rousset.
E a poupança? "É o pior investimento. A poupança está pagando 70% do CDI. Já deixou de fazer sentido há muito tempo", afirmou.