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ANÁLISE

Inflação zerada nos EUA em julho traz alívio para os mercados globais

Getty Images
Imagem: Getty Images

Rafael Bevilacqua

11/08/2022 09h30

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Foi divulgado na quarta-feira (10) que a inflação nos Estados Unidos ficou estável em julho com relação a junho, ou seja, variou 0% no período. Assim como no Brasil, a inflação foi puxada para baixo pelo recuo nos preços da energia, especialmente dos combustíveis fósseis.

O resultado veio melhor do que o esperado, uma vez que as projeções indicavam uma alta de 0,2% do índice no período, o que trouxe alívio para as Bolsas de Valores não apenas dos EUA, mas de todo o planeta.

Com a inflação dando sinais de recuo, o mercado avalia que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) pode reduzir o ritmo de alta dos juros nas próximas reuniões, afastando o risco de uma forte desaceleração da atividade econômica no país.

Contudo, isso não significa que a alta dos juros está perto de acabar nos EUA. Membros do Fed avaliam que a instituição deve seguir elevando os juros ao longo dos próximos meses, e as apostas indicam que a taxa deve sair do atual patamar entre 2,25% e 2,5% para acima de 4% em 2023.

Ainda assim, o resultado já revela uma forte desaceleração dos preços na maior economia do planeta, após os Estados Unidos terem reportado no mês anterior a inflação mais alta em mais de 40 anos.

Além da alta dos juros, os EUA têm contado com a queda do preço do barril de petróleo e a recuperação das cadeias produtivas globais para reduzir a inflação.

Há, entretanto, alguns pontos de atenção no cenário macroeconômico e geopolítico global que podem resultar em novas altas nos preços de diversos produtos, dentre os quais merecem destaque as disputas entre Rússia e União Europeia, que podem causar uma aceleração dos custos da energia, e a tensão entre China e Taiwan, que, caso culmine em uma invasão chinesa ao país vizinho, pode causar uma alta dos preços de todos os produtos eletroeletrônicos a nível global.

De qualquer forma, o dado traz alívio para os investidores, e deve impulsionar a alta dos principais mercados acionários globais no curto prazo. No caso do Brasil, a deflação de 0,68% e o possível fim do ciclo de alta dos juros torna o cenário ainda mais positivo para a Bolsa, que recuperou o patamar de 110 mil pontos na véspera.

Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes UOL, que têm acesso integral ao conteúdo de UOL Investimentos): informações sobre os resultados do banco BTG Pactual no segundo trimestre de 2022.

Um abraço,

Rafael Bevilacqua
Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante

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