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Opep tenta controlar, mas Petrobras corta preço de combustíveis. E agora?

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

07/09/2022 10h10

Os países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo mais aliados, dentre eles a Rússia, (a Opep+) decidiram diminuir sua produção em 100 mil barris diários, segundo agências internacionais.

A manobra é uma maneira de forçar o preço do óleo para cima.

No Brasil, porém, a Petrobras (PETR3 e PETR4) anunciou mais uma redução, desta vez de 7%, nos preços da gasolina - o quarto corte consecutivo desde julho. Como ficam as ações da estatal nesse cenário?

Quais as consequências da decisão da Opep? Os analistas de mercado dizem que essa aparente discrepância não é motivo para o investidor se desesperar. "A Opep está sinalizando que, por mais que a demanda caia por causa de uma economia mais enfraquecida na Europa e nos Estados Unidos, ela não vai deixar o preço despencar", diz Rodrigo Moliterno, chefe de renda variável da Veedha Investimentos.

A Petrobras tem uma política de Paridade de Preço Internacional (PPI) - isso significa que o preço da gasolina da brasileira segue o preço internacional do combustível. Mas isso não quer dizer que, a qualquer queda ou alta internacional no valor, o preço dos combustíveis nos postos vai mudar logo em seguida.

"A Petrobras busca capturar o movimento um pouco mais amplo, sem considerar muito as variações diárias", explicam Régis Chinchila e Luis Novaes, da Equipe de Análise da Terra Investimentos.

Por que os preços da Petrobras estão baixando? Eles têm baixado porque o preço do barril de petróleo internacionalmente estava em torno de US$ 105 no final de junho. Mas, desde então, ele vinha baixando e chegou a US$ 98. "Se a Opep, além de evitar maiores quedas, conseguir pressionar o valor para cima e essa alta se sustentar, a Petrobras vai acompanhar", diz Moliterno.

Por que as ações da Petrobras estão caindo? Nos últimos 30 dias, a PETR4 caiu para R$ 32,05, com baixa de 12,45%, e a PETR3 desvalorizou 8,80%, chegando em R$ 35,87. Ontem (6), as ações da estatal fecharam o dia em queda de 3,69% para PETR4, que passou a custar R$ 32,10, e em baixa de 3,52% para PETR3, que foi a R$ 35,90.

"Essa desvalorização está mais relacionada com o receio do investidor com o cenário político brasileiro, que impacta muito na estatal na véspera do 7 de setembro. Assim, muitos investidores estão vendendo as ações para embolsar o que ganharam com o papel", explica Chinchila. Com muitos investidores vendendo as ações, o preço cai.

Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) fizeram ontem ofensivas aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), às vésperas das manifestações convocadas pelo presidente. A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, por exemplo, montou uma megaoperação para evitar tentativas de invasões aos prédios públicos da Esplanada do Ministério e, em especial, ao STF. Isso, segundo os analistas, acaba afastando os investidores estrangeiros.

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