Na edição desta semana da newsletter Todos a Bordo, irei falar sobre segurança na aviação. Mais especificamente, sobre o motivo para uma mala despachada ser retirada do voo se o seu dono não embarcar no avião.

Exceto raras exceções, uma bagagem não viaja sem seu dono. Já aconteceu de uma maleta desacompanhada ter uma bomba, que acabou explodindo e matando todos a bordo (falo sobre isso mais abaixo).

Também trago algumas das notícias mais recentes do mundo da aviação, direto no seu email.

Boa leitura!

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Quem voa com frequência já deve ter enfrentado algum atraso devido a um passageiro ter feito o check-in mas não embarcar. Quando isso acontece, a companhia aérea tem de remover a bagagem despachada do porão do avião.

Pode ser bem estranho alguém chegar ao aeroporto, despachar a mala e não ir para o seu destino, mas isso acontece às vezes e por diversos motivos.

A pessoa pode, por exemplo, ter passado mal na sala de embarque, se perdido no aeroporto ou não ter conseguido chegar a tempo no portão de embarque. Mas há um motivo mais preocupante: a segurança.

Por que a preocupação com a mala? Isso tem a ver com os riscos. Um dos principais riscos que uma mala desacompanhada a bordo pode significar é o de conter uma bomba, como aconteceu no voo 103 da Pan Am, em 1988, onde uma maleta com explosivos foi detonada a bordo de um Boeing 747.

Em 1992, a companhia aérea foi condenada por negligência ao permitir que a mala, contendo um toca-fitas com o explosivo dentro, fosse transferida de outro voo para o 103 sem o devido acompanhamento. A tragédia ficou conhecida como O Atentado de Lockerbie (Escócia) e resultou na morte de todas as 259 pessoas a bordo do avião além de 11 pessoas no solo.

Hoje, mesmo com vários mecanismos de segurança, como inspeção da bagagem e raio-X, diversos países mantêm essa prática para garantir mais um grau de segurança.

Uma bagagem pode viajar desacompanhada em algumas situações. Uma delas é quando é despachada como carga.

Nesse caso, ela tem de passar por inspeções diferenciadas para garantir a segurança. Esse é o procedimento com todas as cargas que vão nos aviões.

A mala do passageiro que ficou para trás também poderá ser realocada em outro voo sem a presença dele. São os casos de malas extraviadas, nos quais os donos estão nos seus destinos aguardando que elas cheguem o quanto antes.

Nessa situação, não faria sentido impedir que ela voasse sozinha, já que não foi culpa do passageiro se separar dela.

Os maiores aeroportos do mundo processam milhares de bagagens diariamente. Para se localizar nesse mar de malas, existem sistemas automáticos que fazem todo o gerenciamento para onde cada uma tem de ser direcionada.

Sistema automatizado de leitura identifica as bagagens e as direciona para o voo correto

Imagem: Alexandre Saconi

No terminal 3 do aeroporto de Guarulhos (SP), por exemplo, o sistema que opera esse serviço é fornecido pela Sita (Sociedade Internacional de Telecomunicações Aeronáuticas).

De acordo com a empresa, ali, após o passageiro despachar a bagagem no guichê da companhia aérea, ela é etiquetada com um código que passará a identificá-la nas esteiras que a levarão até o avião e em qualquer lugar que ela passe.

Ao correr por essas esteiras, leitores automáticos identificam o código de barras de cada mala e fazem o direcionamento para os locais onde elas serão preparadas antes de embarcar no avião. Ao receber essa bagagem, um funcionário lê o código de barras dela e gera uma identificação junto ao contêiner onde ela será carregada antes de ser colocada no porão do avião.

A partir de então, ela recebe um número da sequência em que foi carregada naquele compartimento, tornando mais fácil sua localização.

Quando uma das bagagens precisa ser desembarcada, basta ler em qual contêiner ela está e sua posição para facilitar que seja encontrada. Por exemplo: A bagagem que precisa ser desembarcada está no contêiner 11, e foi a 25ª de um total de 40 que foram carregadas.

Contêiner com bagagens que serão embarcadas no avião: Sistema facilita localização de mala a ser retirada

Imagem: Alexandre Saconi

Com isso, basta remover aquele compartimento específico do avião e retirar as 15 malas que foram colocadas depois dela ali dentro.

Outubro Rosa

Imagem: Getty Images

O mês de outubro é conhecido pela campanha nacional de conscientização sobre o câncer de mama. Nas aéreas, isso não é diferente.

Para reforçar a campanha, a Azul lançou um site sobre a doença, resultado de uma parceria entre os profissionais da área de saúde da aérea e da Sociedade Brasileira de Mastologia. Veja aqui.

É importante lembrar que, quando detectado no início, esse tipo de câncer tem 95% de chances de cura. Veja mais informações no site do Inca (Instituto Nacional de Câncer). Previna-se e faça o autoexame!

Jato chinês certificado

Avião chinês Comac C919 chega para concorrer com o Boeing 737 e o Airbus A320

Imagem: Divulgação

Tema da newsletter da semana passada, o avião de passageiros chinês Comac C919 obteve sua certificação definitiva e pode começar a voar no país asiático.

Ele irá competir com o Airbus A320neo e com o Boeing 737 Max. Segundo a fabricante, já existem 815 pedidos do jato para 28 clientes.