Nacionalização é forma de disfarçar crise na Argentina, diz presidente da Repsol
O governo de Cristina Kirchner decidiu expropriar 51% da YPF, filial argentina do grupo espanhol Repsol, para "tapar a crise social e econômica que o país enfrenta", afirmou o presidente da empresa, o espanhol Antonio Brufau, em uma entrevista coletiva em Madri.
"Ao levantar a bandeira da expropriação e buscar um responsável na YPF, esconde a realidade", disse. Brufau declarou que as autoridades argentinas entraram nas instalações da Repsol YPF "sob o amparo de uma lei de Videla", em uma referência ao ex-ditador Jorge Videla.
"Essa atuação não é própria de um país moderno. O povo deste país merece outra coisa". A Repsol pedirá em uma arbitragem internacional uma compensação de mais de US$ 10 bilhões. "Estes atos não ficarão impunes", disse Brufau.
A empresa espanhola calculou sua participação de 57,4% na YPF em US$ 10 bilhões.
Brufau disse ainda que a campanha contra a empresa nas últimas semanas na Argentina foi "calculadamente planejada para provocar a queda das ações da YPF e facilitar a expropriação" com preço reduzido. "É ilegítimo e injustificável".
O governo argentino acusou a empresa de não cumprir os compromissos de investimentos no país. Kirchner enviou na segunda-feira ao Congresso um projeto de lei para declarar 51% da YPF de utilidade pública.
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