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Japonesa Takata se recusa a criar fundo para compensar vítimas de falha em airbag

Senador americano Bill Nelson mostra airbag defeituoso desmontado durante investigação contra a Takata - J. Scott Applewhite/AP Photo
Senador americano Bill Nelson mostra airbag defeituoso desmontado durante investigação contra a Takata Imagem: J. Scott Applewhite/AP Photo

10/07/2015 10h10Atualizada em 10/07/2015 12h43

Washington, 10 Jul 2015 (AFP) - A empresa japonesa Takata, acusada de acobertar riscos vinculados aos seus airbags, rejeitou a ideia de criar um fundo de compensação para as vítimas, informou um legislador americano em uma coluna no "The New York Times" (NYT) publicada nesta sexta-feira.

O senador Richard Blumenthal convocou, em uma audiência no Congresso no mês passado, a companhia com sede em Tóquio a criar um fundo para as vítimas de acidentes provocados por airbags defeituosos.

A fabricante japonesa bateu o recorde de maior recall automotivo da história dos EUA, e elevou para 53 milhões o número de carros afetados desde 2008, quando o problema nos airbags foi descoberto. O problema afetou veículos de montadoras como Toyota, Nissan, Honda e Subaru.

O recall se refere os dispositivos frontais dos lados de motorista e passageiro, que podem estilhaçar ao ser acionados durante um acidente, jogando pedaços cortantes para cima de todos os ocupantes do veículo e gerando riscos de lesões físicas graves ou até fatais. 

'Não é necessário', diz empresa

Blumenthal compartilhou no jornal uma carta que recebeu de Kevin Kennedy, um vice-presidente executivo da Takata, na qual ele rejeita sua proposta.

"A Takata acredita que não é necessário um fundo de compensação em nível nacional", escreveu Kennedy, acrescentando que informará ao senador caso mude de opinião.

Blumenthal classificou esta resposta como inaceitável.

"A Takata parece não querer admitir sua responsabilidade para ajudar as vítimas e seus entes queridos que sofreram por suas falhas", disse ao "NYT".

Um porta-voz contactado pelo jornal disse, na quinta-feira, que a Takata estava "comprometida em tratar com justiça toda pessoa que tivesse sido ferida por uma ruptura do airbag".

"Por isso, a Takata estabeleceu uma lista de demandas por ferimentos e seguirá fazendo isso baseando-se em fatos e circunstâncias de casos individuais", disse o porta-voz da companhia Jared Levy.

Mortos e feridos

A Takata buscou durante meses a origem das graves explosões de seus airbags, que ocorrem sobretudo em ambientes úmidos.

Segundo as denúncias, os airbags defeituosos são responsáveis pela morte de oito pessoas e por mais de 100 feridos no mundo.