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Trabalhos avançam e calor preocupa a dois anos das Olimpíadas de Tóquio-2020

24/07/2018 17h02

Tóquio, 24 Jul 2018 (AFP) - A exatos dois anos para a abertura das Olimpíadas de Tóquio-2020, os organizadores finalmente parecem ter dominado a situação após um início confuso, mas a onda de calor de verão pode estragar a festa.

Com condições atmosféricas insustentáveis - entre 35 e 40º C na sombra e umidade acima dos 80% - a cerimônia que inicia a contagem regressiva para os Jogos será realizada nesta terça-feira.

Diante da onda de calor que deixou 80 mortos no arquipélago oriental desde o início de julho, enquanto mais de 35.000 pessoas foram hospitalizadas, muitos se perguntam se será razoável organizar o evento nesta época do ano.

Em 1965, as Olimpíadas de Tóquio foram disputadas em outubro, mas o Comitê Olímpico Internacional (COI) impôs que o torneio fosse disputado entre julho e agosto.

Para as autoridades locais e os organizadores, a questão é uma prioridade.

"As medidas que tomaremos contra o calor vão ser um dos pilares do sucesso das Olimpíadas de Tóquio", informou na segunda-feira o governador da capital, Yuriko Koike, que compara o verão japonês com a "vida em uma sauna".

"Não se pode colocar o calor e o terrorismo no mesmo patamar", mas sua prevenção "também é importante dado que o objetivo é proteger vidas humanas", insistiu.

- Caos no metrô? -A maratona suscita especial preocupação, ao ponto de alguns pediram para o trajeto ser levado para a ilha de Hokkaido.

Os organizadores, ainda assim, querem transmitir tranquilidade e oferecem soluções. O trajeto terá asfalto especial que absorve o calor do sol e serão instalados pulverizadores móveis, com o objetivo de prevenir insolações e golpes de calor aos atletas e espectadores. Além disso, várias provas foram realocadas para horários nas primeiras horas da manhã.

Mas o calor não é a única ameaça sob Tóquio-2020. Os transportes também são um problema muito relevante, reconheceu recentemente Yoshiro Mori, presidente da Tóquio-2020.

O metrô de Tóquio é cheio em horários de picos e corre o risco de ficar paralisado com chegadas dos visitantes. Para evitar o cenário catastrófico de empurrões mortais, os empregados serão incentivados para optarem pelo trabalho remoto, método ainda pouco praticado.

Os escândalos que tinham sacudido o início dos preparativos do evento, com orçamento de 10 bilhões e 300 milhões de euros, parecem esquecidos por enquanto.

No final de 2015, o custo do futuro estádio olímpico, cerca de dois bilhões de euros, tinha provocado indignação da opinião pública e levou o primeiro ministro Shinzo Abe a abandonar o projeto inicial, aumentando o temor por atrasos.

A preocupação se diluiu e o novo local já está 40% pronto e desenhado para encarar um verão intenso, com ventiladores, salas climatizadas e arquitetura que favorece a circulação do vento.

A construção de outras sedes também avança em boa direção. Uma delas já está terminada e recebeu diversos eventos esportivos.

- Entusiasmo -Sobre a comunicação, os organizadores, que precisaram mudar o logotipo após acusações de plágio, não cometeram o mesmo erro com os mascotes. Os alunos japoneses votaram e batizaram os personagens como "Miraitowa" e "Someity".

O caminho da tocha olímpica também foi revelado, saindo desde Fukushima para os Jogos "de resiliência e recuperação", segundo Masayoshi Yoshino, ministro da Reconstrução, sete anos depois do tsunami e da catástrofe nuclear de março de 2011.

Ainda é necessário recrutar mais de 100.000 voluntários. Os organizadores advertiram que devem estar "emocional e mentalmente preparados" para um duro trabalho.

Quando mais o evento se aproxima, a excitação aumenta entre os atletas japoneses. "Existe um enorme trabalho por fazer nos próximos dois anos", revela o nadador Daiya Seto, medalha de bronze no Rio-2016.

"Tenho uma oportunidade incrível de participar nos jogos do Japão, tenho a intenção de aproveitar esta chance", acrescenta, colocando o objetivo o ouro que "teria ainda mais valor em Tóquio".

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