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Seus investimentos estão uma bagunça? Entenda o motivo e saiba resolver

Você tem investimentos que não sabe direito por que estão na sua carteira? Por exemplo, algum CRI, CRA, alguma debênture da qual você não se lembra, um CDB, uma LCA ou LCI?

Se esse for o seu caso, saiba que você não está só. E, mais do que isso, que essa bagunça na sua carteira não é culpa sua.

Na coluna de hoje eu vou explicar qual é a principal causa da desorganização dos investimentos das pessoas e como deve ser a sua carteira para que esteja alinhada não só às suas necessidades, como também à sua disponibilidade de lidar com aplicações financeiras.

De quem é a culpa pela desorganização dos seus investimentos?

Muito provavelmente, a culpa da bagunça na sua carteira de investimentos é do assessor gratuito da sua corretora ou do gerente do seu banco.

Não estou nem dizendo que eles teriam a responsabilidade de organizar suas aplicações.

Refiro-me ao fato de que eles têm incentivos que acabam promovendo uma desordem que você talvez você não teria se operasse sozinho.

Existe um termo muito usado entre os assessores gratuitos disponibilizados pelas corretoras que se chama "girar a carteira".

As corretoras (e seus assessores) ganham mais quando o cliente gira a carteira, ou seja, quando ele fica trocando de investimentos.

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Isso ocorre porque as corretoras ganham uma comissão (chamada de "rebate") a cada vez que o cliente entra em um CDB, LCA, LCI ou alguns outros investimentos.

Por exemplo, quando o cliente investe R$ 100 mil em um CDB com liquidez diária, o assessor ganha dinheiro. Já quando o cliente resgata esse valor e investe em um outro CDB, o assessor ganha novamente.

Interesse do banco é um pouco diferente

É necessário ponderar que, nas corretoras independentes, o incentivo para que o cliente gire a carteira é maior do que nos grandes bancos.

Afinal, nas corretoras que não pertencem a bancos, o "rebate" (comissão para oferecer determinados investimentos) representa uma fonte de receita importante.

Se um banco oferece um CDB dele próprio (não de um outro banco), não faz diferença se o cliente continuar com esse investimento ou se migrar para outro CDB também dele mesmo.

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Mesmo assim, os bancos também contribuem para a desorganização da carteira dos clientes porque frequentemente fecham acordos para ofertarem debêntures, CRIs, CRAs e outros investimentos.

A cada vez que acordos como esses são fechados, seus gerentes são estimulados a oferecerem tais produtos aos clientes. Com isso, o investidor, a cada vez que vai fazer um aporte, é deparado com várias opções de investimento novas, e assim acaba distribuindo seus valores em cada vez mais aplicações diferentes.

Como deve ser uma carteira de investimentos?

O ideal é que a carteira de investimentos seja o mais enxuta possível. Ninguém, a não ser especialistas, tem disponibilidade de tempo para estudar e acompanhar três, quatro ou cinco debêntures diferentes, ou analisar diversos CRIs e CRAs.

Também não é necessário ficar trocando de CDB, LCA e LCI o tempo todo.

Uma boa carteira de investimentos é aquela que satisfaz as necessidades de uma pessoa em termos de reserva de emergência, objetivos de médio prazo e investimento para aposentadoria.

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Para a reserva de emergência, basta uma aplicação, o Tesouro Selic, que é um dos títulos do Tesouro Direto. Mas os bancos e as corretoras simplesmente não ganham dinheiro quando você investe nessa opção.

Para investimentos de médio prazo, o mais adequado é escolher ou títulos do Tesouro, ou CDBs, LCAs ou LCIs com data de vencimento próxima dos seus objetivos. Por exemplo, se quer comprar um carro daqui a dois anos, invista em títulos que vencem em cerca de dois anos.

Finalmente, para aposentadoria é possível montar uma carteira apenas com Tesouro, CDB, fundos imobiliários ou ações (ou uma combinação de alguns desses investimentos).

Repare que nenhum dos objetivos citados requer que você invista em CRI, CRA, debêntures ou previdência privada.

A simplicidade da sua carteira fará com que você acompanhe seus investimentos de forma muito mais prática e sem render um só centavo a menos do que um cenário em que você troca seis por meia dúzia o tempo todo.

Alguma dúvida?

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Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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