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Itália tem um milhão de novos pobres por causa da pandemia

Quase 450.000 pessoas, a maioria mulheres e jovens, perderam seus empregos no ano passado por conta da pandemia - Emanuele Cremaschi/Getty Images
Quase 450.000 pessoas, a maioria mulheres e jovens, perderam seus empregos no ano passado por conta da pandemia Imagem: Emanuele Cremaschi/Getty Images

04/03/2021 19h49Atualizada em 05/03/2021 13h46

Milão, 4 Mar 2021 (AFP) - A pandemia do coronavírus aumentou a pobreza na Itália, com um milhão de pessoas a mais vivendo com baixos rendimentos, segundo uma pesquisa publicada nesta quinta-feira (4) pelo Instituto Nacional de Estatística (Istat).

O número de pobres no país chegou a 5,6 milhões, o que equivale a 9,4% da população, contra 7,7% em 2019, um recorde em 15 anos.

O aumento da pobreza tem sido particularmente pronunciada nas regiões prósperas do norte da Itália, com 720.000 pessoas a mais com renda abaixo do limite considerado mínimo em termos de condições de vida. A taxa de pobreza nestas regiões alcançou os 9,4%, contra 6,8% em 2019.

A renda mínima para o cálculo da pobreza na Itália varia de uma região para outra e é de 839,75 euros (1.000 dólares) por mês por pessoa em uma região metropolitana do norte e de 566,49 euros (682 dólares) por mês em um pequeno município do sul, segundo cifras de 2019 do Istat.

Se o aumento da pobreza foi particularmente evidente nas regiões industrializadas do norte, no sul a taxa segue sendo a mais elevada, com 11,1% da população contra 10,1% em 2019.

As famílias numerosas foram particularmente penalizadas, com um aumento da pobreza que passa de 16,2% a 20,7% para aquelas com cinco membros ou mais.

As medidas restritivas adotadas para conter a pandemia do coronavírus provocaram uma queda recorde no consumo de toda a população: os gastos médios dos lares caiu notavelmente, chegando a níveis do ano 2000.

A Itália foi o primeiro país da Europa afetado pela pandemia, o que motivou a adoção de um estrito confinamento em março e abril de 2020, paralisando grande parte de seu tecido econômico.

Quase 450.000 pessoas, a maioria mulheres e jovens, perderam seus empregos no ano passado e o PIB despencou 8,9%.