Lula critica associação de entrevista ao UOL à alta do dólar: 'Cretinos'
O presidente Lula (PT) criticou nesta quinta-feira (27) a repercussão da entrevista dele ao UOL na qual ele afirmou que analisa gastos do governo federal sem pensar no "nervosismo" do mercado.
O que aconteceu
Lula se irritou com associação da fala dele à alta do dólar. "Eu dei entrevista, acabou, e vi a manchete de colunistas: 'Dólar subiu por causa da entrevista do Lula'. Esses cretinos não perceberam que o dólar subiu 15 min antes da entrevista?", afirmou o presidente. Ele fez a afirmação na saída da reunião do CDESS (Conselho de Desenvolvimento Social e Sustentável) e a transcreveu em publicação no X.
Ontem, depois da minha entrevista ao UOL, saíram manchetes dizendo que o dólar tinha subido por causa da entrevista do Lula. Os cretinos não perceberam que o dólar tinha subido 15 minutos antes de eu dar a entrevista.
-- Lula (@LulaOficial) June 27, 2024
A moeda norte-americana subiu acima de R$ 5,50 após a entrevista de Lula. O dólar terminou a quarta-feira (26) em alta de 1,2%, vendido a R$ 5,5188 — é o maior nível desde 18 de janeiro de 2022.
O que Lula disse ao UOL
O presidente afirmou que o mercado "precifica desgraça". Segundo ele, a economia vai crescer mais do que dizem especialistas. O petista disse também que sua gestão está fazendo uma análise para saber se há gastos exagerados e onde há gastos que não deveriam existir. Mas considerando a necessidade de se manter a política de investimentos, sem levar em conta o nervosismo do mercado.
Nós queremos fazer política social que permita às pessoas crescer, queremos saber se o gasto está sendo bem feito, e o dinheiro está sendo usado para melhorar o país, estamos fazendo análise de onde tem gasto exagerado, onde tem gasto que não deveria ter, onde tem gente recebendo que não deveria receber. Sem levar em conta o nervosismo do mercado. Levando a necessidade de manter política de investimento. Lula, ao UOL
Lula afirmou que ainda é preciso saber se há a necessidade de corte de custos. "O problema não é que tem que cortar. O problema é saber se precisa efetivamente cortar ou se precisa aumentar a arrecadação. Temos que fazer essa discussão."
Ele citou a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia. A desoneração foi vetada pelo presidente e o Congresso derrubou o veto. "Eles derrubaram o veto. Como a gente pode falar em gasto se estamos abrindo mão de receber uma quantidade enorme de recursos que os empresários têm que pagar?"
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