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Justiça aprova plano de recuperação da Americanas após fraude

Fachada de uma das unidades das Lojas americanas Imagem: JOSÉ MARCOS/ESTADÃO CONTEÚDO

26/02/2024 19h25Atualizada em 26/02/2024 19h25

A justiça aprovou, nesta segunda-feira (26), o plano de recuperação da Americanas para reestruturar suas dívidas com credores, após um escândalo por fraude contábil no início de 2023, informou a empresa.

A Americanas indicou em comunicado ao mercado que o juízo da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro homologou sua negociação com credores e lhe "concedeu a recuperação judicial", iniciada em janeiro de 2023 para evitar a falência.

Na época, a dívida do grupo varejista foi estimada em cerca de 43 bilhões de reais com cerca de 16.300 credores, segundo detalhes apresentados à justiça.

Paralelamente, a Americanas divulgou seus resultados após vários adiamentos, que resultaram em perdas de 4,611 bilhões de reais nos primeiros nove meses de 2023, após o escândalo vir à tona.

O montante representa uma redução de 23,5% em relação às perdas no mesmo período de 2022, que chegaram a 6,027 bilhões de reais, segundo balanços revisados.

Entre janeiro e setembro de 2023, a Americanas fechou 99 lojas que não eram lucrativas, detalhou.

"A gente considera superada a fase mais crítica pela qual a Americanas passou", disse o CEO da empresa, Leonardo Coelho, na apresentação do relatório.

Mas ele alertou: "Tem muito trabalho adiante até que a gente volte consistentemente a gerar resultados operacionais".

As complicações começaram em 11 de janeiro do ano passado, quando o então recém-nomeado diretor-executivo da Americanas Sergio Rial renunciou após informar ter encontrado "incoerências" contábeis de cerca de 25 bilhões de reais.

As ações da empresa despencaram e as reivindicações dos credores se multiplicaram, levando-a a iniciar o processo de recuperação judicial.

O conselho de administração da empresa, fundada em 1924 e com mais de 30.000 funcionários, classificou 2023 como o ano "mais desafiador" de sua história.

O patrimônio líquido nos primeiros nove meses do ano passado ficou negativo em 31,2 bilhões de reais. Ou seja, os bens e direitos da empresa foram significativamente menores do que seu passivo ou obrigações.

O plano aprovado em dezembro passado pela Assembleia de Credores inclui, entre outros pontos, um aporte de capital "de 12 bilhões de reais" por parte dos bilionários e grandes acionistas da Americanas Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Sicupira, que negaram conhecer as manobras contábeis.

As autoridades e um comitê independente continuam investigando a fraude, disse Coelho.

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