Superavit comercial da China dá salto em abril e gera pressão no yuan
O superavit comercial da China deu um salto no mês de abril e cresceu quatro vezes mais do que o previsto por analistas, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira.
O superavit comercial chinês - que é a diferença entre o que o país exporta e importa no seu comércio internacional - foi de US$ 11,4 bilhões, muito acima dos US$ 3 bilhões previstos pelos analistas.
O resultado se deve a uma combinação de dois fatores: o crescimento de 29,9% das exportações em relação a abril do ano passado, e a queda de 21,8% nas importações.
A divulgação do dado deve gerar ainda mais pressão internacional para que a China valorize sua moeda.
Os Estados Unidos e outros parceiros comerciais da China afirmam que estão perdendo competitividade com a China devido à baixa cotação do yuan em relação ao dólar, o que torna os produtos chineses mais baratos no mercado internacional. A reclamação parte sobretudo dos setores exportadores da economia americana.
Nesta semana, o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, está reunido com autoridades chinesas em Washington para discutir a relação comercial entre os dois países.
O governo americano quer que a China deixe o yuan se valorizar em um ritmo mais acelerado do que o dólar. A fraca moeda chinesa estaria, segundo as autoridades americanas, prejudicando a economia americana, que ainda se recupera da crise financeira mundial desencadeada em 2008.
Na segunda-feira, primeiro dia do encontro em Washington, Geithner elogiou a China, dizendo que o país está progredindo "em direção a uma taxa cambial mais flexível".
O ministro do Comércio da China, Chen Deming, disse que a apreciação do yuan está acontecendo de "forma muito saudável" e afirmou que os Estados Unidos precisam mudar sua política em relação a investimentos em tecnologia se quiser aquecer a indústria nacional.
Nesta terça-feira, autoridades chinesas e americanas encerram as discussões em Washington.
Deficit trimestral raro
Os resultados robustos do comércio chinês em abril contrastam com o primeiro trimestre fraco do setor comercial do país.
Nos primeiros três meses do ano, a China registrou um raro deficit comercial de US$ 1,02 bilhão. Foi o primeiro deficit comercial registrado pela China em um trimestre em sete anos.
Nos três primeiros meses do ano é normal que haja uma redução do superavit chinês, já que após as vendas de Natal a indústria chinesa se reabastece com insumos para produção neste período, o que aumenta em muito as importações do país.
No entanto, em vez de ter um superávit menor, a balança comercial chinesa acabou fechando no negativo no primeiro trimestre de 2011. Analistas atribuem isso ao alto valor do petróleo e commodities, o que encareceu as importações na China, provocando o deficit.
O forte resultado comercial de abril é atribuído por analistas ao aquecimento da demanda global por produtos chineses.
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