Azevêdo espera acordo rápido entre Brasil e EUA na OMC
O diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), o brasileiro Roberto Azevêdo, disse nesta segunda- feira (10) em Washington que espera que o contencioso do algodão entre o Brasil e os Estados Unidos na organização se resolva "o mais rápido possível".
Azevêdo não quis entrar em detalhes sobre as negociações entre o Brasil e os Estados Unidos paa resolver a disputa, que envolve a adoção de subsídios pelos Estados Unidos que beneficiam os produtores americanos, prejudicando os exportadores brasileiros. A Camex (Câmara de Comércio Exterior) em Brasília está para decidir se o Brasil adota sanções contra os americanos, já autorizadas pela OMC.
"As conversações sobre o algodão, no meu entendimento, continuam no plano bilateral. Minha expectativa é de que haja um entendimento", disse Azevêdo.
"Sempre que temos uma diferença entre dois membros, procuramos que essa diferença seja resolvida bilateralmente. Há outras negociações em andamento que podem ajudar, como a própria negociação da Rodada de Doha (de liberalização do comércio global), por exemplo, que pode, quem sabe, levar a entendimentos que nos permitam virar a página sobre o contencioso do algodão", ressaltou.
OMC 'precisa dos EUA'
O chefe da OMC disse que a disputa entre EUA e Brasil não foi discutida durante a reunião que teve nesta segunda-feira com o presidente dos Estado Unidos, Barack Obama, na Casa Branca.
"O encontro com Obama foi muito importante para mim. O presidente fez questão de informar que dá apoio aos esforços em Genebra e que a parceria dos EUA com Genebra vai continuar", disse Azevêdo.
O diretor-geral da OMC salientou a necessidade de os EUA terem um papel central no debate sobre comércio global em Genebra, salientando que "a OMC precisa dos EUA e os EUA precisam da OMC."
Essa foi a primeira visita do diretor-geral a Washington desde que a OMC fechou com sucesso, em dezembro passado, seu primeiro acordo global em 15 anos.
O pacote, que pode adicionar US$ 1 trilhão ao comércio global, busca simplificar os procedimentos para transações comerciais internacionais e dá mais espaço para que países em desenvolvimento aumentem seus subsídios agrícolas.
O acordo inclui parte do previsto nas negociações da Rodada de Doha, lançada há 12 anos.