Singapore Airlines aposta em espreguiçadeira e sofá a 9.100 metros de altura
7 de novembro (Bloomberg) -- A Singapore Airlines quer que seus clientes de luxo abracem seu lado preguiçoso.
Os viajantes de classe executiva podem fingir que estão estirados em uma espreguiçadeira à beira da praia, mesmo estando a 9.100 metros acima do nível do mar, ou sentir como se estivessem descansando em um sofá. Para isso, basta escolher entre duas novas posições de assento pré-definidas: “Sundeck” e “Lazy Z”.
A companhia aérea está realizando sua mais cara reformulação nos assentos dos últimos oito anos para torná-los mais largos, longos e equipados com telas de TV maiores.
Com a Qantas Airways,da Austrália, planejando dar a possibilidade de os clientes de primeira classe dormirem do portão deembarque ao de desembarque e a Emirates e a Etihad oferecendo chuveiros e mordomos para escalas em cidades glamorosas do Oriente Médio, a Singapore Air tem uma safra de novos adversários.
“A reformulação impede a deserção para outras companhias aéreas”, disse Timothy Ross, chefe depesquisa de transporte na região Ásia-Pacífico do Credit Suisse Group AG em Cingapura. “A última coisa que os viajantes de alto patrimônio líquido querem é perder tempo esperando em Doha, Abu Dhabi ou Dubai. Não importa se o champanhe é bom por lá, eu preferiria ir direto”.
A Singapore Air, terceira maior companhia aérea da Ásia em valor de mercado, está realizando uma remodelação de US$ 325 milhões em toda sua frota de aviões 777-300ER, da Boeing, em todas as categorias de preço. A reformulação dos 19 aviões 777 da empresa começa no início do ano que vem e a projeção é de que será concluída em setembro de 2016, disse Nicholas Ionides, porta-voz dacompanhia aérea.
Telas maiores
Os assentos terão até 82 polegadas (2 metros) de comprimento e 35 polegadas (85,3 centímetros) de largura na primeira classe, enquanto na classe executiva serão 7 polegadas (18 centímetros) mais estreitos. As telas de entretenimento de bordo serão expandidas para 24 e 18 polegadas, respectivamente.
Os clientes de classe econômica também terão assentos e telas maiores.
A Singapore Air tem três aviões 777 mais novos que já estão equipados com assentos e telas maiores em rotas para cidades como Londres e Tóquio.
“Isso reforça a posição deles no ramo do luxo”, disse Brendan Sobie, analista do Centro de Aviação Ásia-Pacífico (Capa, na sigla em inglês) em Cingapura. “Isso mostra que eles ainda confiam na camada mais elevada do mercado, que não é, na realidade, um mercado em ascensão se comparadocom a camada de orçamento mais baixo”.
A companhia aérea também investirá mais de 100 milhões de dólares de Cingapura (US$ 77 milhões) para atualizar seus lounges aeroportuários ao longo dos próximos cinco anos. O primeiro deles foi terminado em dezembro, em Sydney.
Lucros
As companhias aéreas asiáticas, incluindo a Singapore Air, perderam clientes para operadoras do Oriente Médio como a Qatar Airways e a Etihad Airways, que têm produtos de luxo como chuveiros e serviço de mordomo dentro do avião, disse Shukor Yusof, fundador da firma de pesquisasde aviação Endau Analytics.
“A renovação ou reformulação dos nossos produtos não funciona mais”, disse ele. “Isso não ésuficiente para convencer as pessoas. As companhias aéreas do Golfo estão impressionando deverdade”.
Parte disso pôde ser visto ontem quando a Singapore Air informou que seu lucro líquido no segundo trimestre caiu 43%, para 90,9 milhões de dólares de Cingapura. As receitas sofreram pouca alteração.
Embora o rendimento em rotas para a Europa e os EUA esteja melhorando, é insuficiente para tornar todos esses voos lucrativos, disse o CEO da Singapore Airlines, Goh Choon Phong, em maio. Goh dará uma coletiva de imprensa hoje.
Para conquistar passageiros corporativos e turísticos que buscam um maior conforto e tarifas mais baixas, a Singapore Air introduzirá também serviços econômicos premium no segundo semestre do ano que vem, seguindo os passos de companhias aéreas como Cathay Pacific Airways e Qantas, que já oferecem essa categoria de assento.
“As pessoas estão mais sensíveis aos preços agora do que antes”, disse Yusof, da Endau. “Além disso, elas têm mais opções”.
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