Mobius vê recuperação dos emergentes junto com economia dos EUA
Lilian Karunungan e Haslinda Amin
29/11/2016 10h50
(Bloomberg) -- A recuperação dos mercados emergentes será "sustentada", uma vez que o fortalecimento da economia americana sob a batuta do presidente eleito Donald Trump pode impulsionar a atividade nesses países. É esta a opinião de Mark Mobius, presidente executivo do conselho da Templeton Emerging Markets Group.
O índice MSCI Emerging Markets subiu 2,6 por cento desde que atingiu a menor pontuação em quatro meses, em 14 de novembro. Algumas moedas de países em desenvolvimento - incluindo o rand sul-africano e o won sul-coreano - se recuperaram na última semana. Todas as 24 moedas de países emergentes caíram em relação ao dólar nas duas semanas seguintes à eleição nos EUA, em 8 de novembro.
"Ele provavelmente terá sucesso em ressuscitar a economia americana", disse Mobius em entrevista à Bloomberg Television em Cingapura nesta terça-feira. "Isso é bom para todos, incluindo os mercados emergentes. O programa dele, a meu ver, será o gasto pesado em infraestrutura. Gastar loucamente, acumular um déficit enorme que será preocupante para as agências de classificação de risco, o que ajudará a depreciar o dólar."
Trump vem promovendo seus planos de investimento em infraestrutura e prometeu gastar até US$ 1 trilhão em estradas, pontes e aeroportos ao longo da próxima década. Em seu discurso de vitória, o magnata do setor imobiliário disse que gostaria de tornar a infraestrutura do país melhor do que a de qualquer outro.
Para Mobius, os investidores precisam estar presentes no Brasil, China, Índia e Rússia e alocar pelo menos 30 por cento de suas carteiras em mercados emergentes. No Sudeste Asiático, ele enxerga boas oportunidades na Indonésia e na Tailândia, além do Vietnã, que caminha na direção de uma economia de mercado. A Indonésia, por exemplo, vem atraindo investimento privado para desenvolver sua infraestrutura, ele disse.
"Não vejo onda de vendas nos mercados emergentes", disse Mobius. "Já vimos isso. Provavelmente veremos uma recuperação gradual."