Cantor Akon estuda vender ações de empresa de energia solar
(Bloomberg) -- Akon, estrela do rap e empreendedor do ramo de energias renováveis, está pensando em abrir o capital de sua empresa solar financiada por chineses na África para impulsionar uma expansão intercontinental.
"Esta definitivamente é uma conversa que temos tido com a equipe financeira em relação a como nos estruturar à medida que avançamos", disse Akon, em entrevista por telefone. "Estamos nos movimentando a um ritmo realmente rápido."
Em apenas três anos, a iniciativa Akon Lighting Africa concluiu 203,2 mil projetos solares de pequena escala, incluindo a instalação de redes em miniatura e iluminação de rua em 17 países africanos.
Apoiadora financeira e candidata ao IPO (Oferta Inicial de Ações, em português --quando uma empresa entra para a Bolsa de Valores) por trás do empreendimento, a Solektra International é de propriedade de seus três cofundadores, entre eles Akon.
Já há projetos-pilotos em andamento no Brasil com planos de expansão para China e Índia, segundo o cantor, que disse que seu "sonho" é algum dia construir um parque solar nos EUA.
Akon, cujo nome completo é Aliaune Damala Bouga Time Bongo Puru Nacka Lu Lu Lu Badara Akon Thiam, nasceu em St. Louis e foi criado no Senegal até os sete anos. Ele produziu dois álbuns multiplatina, foi nomeado para cinco prêmios Grammy e colaborou com estrelas como Michael Jackson. Seus videoclipes têm alcançado centenas de milhões de visualizações na internet.
Desde o lançamento de seu último álbum, sete anos atrás, Akon construiu sua empresa solar, a Akon Lighting Africa, com linhas de crédito de US$ 1 bilhão de financiadores chineses. A empresa estruturou cerca de US$ 400 milhões em acordos de energia solar até o momento.
"Esse projeto consumiu muito do meu tempo, eu nem percebi que passaram sete anos", disse Akon, que mora em Los Angeles e visita sua família no Senegal. "Eu tenho estado fora do circuito, focado no projeto Lighting Africa."
A Agência Internacional de Energia estima que cerca de metade do total de 1,2 bilhão de pessoas no mundo sem acesso imediato à eletricidade vive na África subsaariana. Com a queda do preço dos painéis solares surgiram novas soluções para preencher lacunas no acesso à energia.
Em vez de utilizar geradores a diesel e querosene para produzir eletricidade, comunidades desconectadas das redes estão começando a optar pela energia solar.
"O uso de energia solar em pequena escala e da armazenagem para levar eletricidade básica a regiões carentes da África está surgindo como uma oportunidade comercial", disse Itamar Orlandi, chefe de análises de energia em mercados de fronteira da Bloomberg New Energy Finance.
"Mas o conjunto de habilidades necessário para vender produtos solares no varejo é muito diferente do necessário para desenvolver grandes projetos de energia", disse.
Akon fechou parceria com Samba Bathily, um empresário de Mali, e com o ativista político senegalês Thione Niang em 2012. Os três possuem participações acionárias na Solektra.
Bathily trabalhou anteriormente com empresas chinesas em projetos agrícolas e de infraestrutura e ajudou a firmar parcerias com as fabricantes de equipamentos de energia Sumec Group e Nari Group, com sede em Nanjing.
"Nós fornecemos equipamentos para eles e também pré-financiamos os projetos", disse Keno Xiao, gerente de projeto da estatal Sumec. Como faz apenas três décadas desde que muitos chineses saíram da mesma pobreza energética que afeta muitos africanos hoje, "podemos sentir e entender o que eles precisam", disse ele.
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