Turquia continua sendo o mercado emergente mais vulnerável
Dana El Baltaji
07/11/2018 15h10
(Bloomberg) -- A mudança de sentimento em relação aos ativos da Turquia desde setembro não alterou os fundamentos econômicos que fazem com que o país seja o mercado emergente mais exposto a choques externos, segundo a Bloomberg Economics.
O país tem a mais alta inflação do grupo depois da Argentina, bem acima da meta do banco central, e a maior projeção de déficit em conta-corrente, segundo análises de economistas como Scott Johnson e Ziad Daoud. No entanto, embora a lira tenha subido depois que o banco central aumentou o juro em 625 pontos-base, em setembro, e que o país se reaproximou dos EUA, a moeda registra depreciação de 29 por cento neste ano, o que significa que esse déficit deverá diminuir no futuro.
A Argentina é o segundo país mais vulnerável, seguida por África do Sul e Egito, aponta o estudo.
As moedas e os títulos se mantiveram bem em comparação com as ações neste trimestre, mas existe uma série de dificuldades que poderiam desencadear outra queda forte. Ninguém sabe se EUA e China vão atenuar sua guerra comercial no fim do mês. Os custos dos empréstimos nos EUA continuarão subindo, e o dólar não tem perdido terreno.
"Os investidores precisarão ser cada vez mais seletivos daqui para frente", disse Hannah Anderson, estrategista para o mercado global do JPMorgan Asset Management em Hong Kong. "Alguns dos obstáculos que geraram uma piora do sentimento do mercado ainda estão presentes."
No outro extremo da escala, Tailândia, Rússia e Arábia Saudita são os mercados mais robustos, concluiu a análise.
--Com a colaboração de Andrew Janes.