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Jovens da Índia tentam encontrar amor com ajuda de algoritmos

Saritha Rai

24/01/2019 14h47

(Bloomberg) -- Pawan Gupta não estava tendo sorte em encontrar um par.

O graduado de MBA de 31 anos queria se casar e vasculhou os aplicativos de namoro e sites matrimoniais indianos. No entanto, depois de quatro anos procurando e indo a encontros, ele continuava longe de andar em volta do fogo sagrado típico da cerimônia de casamento hindu.

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Então, o ex-aluno da MIT Sloan School of Management decidiu criar um aplicativo de namoro com tecnologia de inteligência artificial para determinar a compatibilidade emocional, intelectual e social. Gupta juntou-se ao engenheiro Rahul Namdev para criar a Betterhalf, que emprega uma grande quantidade de dados para descobrir quais pares poderiam ter um casamento bem-sucedido.

O serviço está começando a fazer sucesso. Manoj Kumar Singh, de 32 anos, recorreu à Betterhalf depois de anos de fracassos com sites tradicionais de namoro e encontros. Ele foi emparelhado com uma executiva do HSBC que ele considera gentil e carinhosa; eles se casaram em poucos meses. "Ao longo de quatro anos, achei que tinha experimentado de tudo", contou Singh a seus amigos quando ouviu falar da Betterhalf pela primeira vez. "Depois de tantas tentativas frustrantes, um aplicativo baseado em inteligência artificial me ajudou a encontrar uma esposa."

Os sistemas de inteligência artificial estão prosperando nos aplicativos de namoro em todo o mundo, usando a aprendizagem profunda para analisar postagens no Facebook ou tweets dos usuários para avaliar quão compatíveis eles seriam um para o outro. Em nenhum lugar isso é mais significativo do que na Índia, onde o casamento continua sendo uma meta para muita gente da maior população jovem do planeta, que tem mais de 400 milhões de pessoas da geração do milênio. Empreendedores locais, aplicativos de encontros internacionais e sites matrimoniais indianos estão correndo para aplicar a inteligência artificial a fim de modernizar a combinação de casais.

Há, no entanto, uma questão persistente. "Será que a Índia está culturalmente pronta para aplicativos de criação de casais com base na inteligência artificial?", disse DD Mishra, chefe de pesquisas e analista na Índia para a Gartner.

As experiências de Gupta com sites matrimoniais indianos e com sites internacionais sugerem que os jovens indianos urbanos estão prontos para algo novo. Ele estava ficando cada vez mais angustiado com o processo. Uma combinação feita por um site deu errado quando ela disse a ele que só estava interessada em um cônjuge que pudesse conseguir um cargo no exterior. Em outro primeiro encontro, ele usou uma camisa nova para conhecer uma mulher indicada por um site matrimonial, mas ela nunca apareceu. E ele demorou meses para perceber que alguém com quem ele vinha conversando em um aplicativo de namoro não tinha um interesse real nele.

A Betterhalf, financiada por 15 investidores-anjo, incluindo meia dúzia de ex-alunos do MIT, impõe vários níveis de verificação aos usuários, incluindo redes sociais, número de telefone, e-mail pessoal e de trabalho e identificação do governo. Os novos inscritos respondem a uma série de perguntas, por exemplo, sobre valores morais, emoções e traços de personalidade. Essas informações são então mescladas com dados de indivíduos casados, dados de código aberto e pesquisas de compatibilidade. Depois de formar pessoas, pesquisas com os usuários após a interação ajudam a eliminar estranhos.

Gupta poderia ser seu próprio rato de laboratório. Há alguns meses ele está namorando uma consultora administrativa com quem ele foi emparelhado pela Betterhalf. Eles descobriram que são compatíveis em áreas como gerenciamento de finanças e compartilhamento de tarefas domésticas. Os pais de ambos aprovam a união, e Gupta disse que sua busca poderia acabar em breve. "Um convite para meu próprio casamento, formado pela engenharia de inteligência artificial, pode chegar em breve", disse ele.

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