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China precisa de Hong Kong para manter sua situação econômica

Bloomberg News

19/08/2019 11h37

(Bloomberg) -- Os laços entre China e Hong Kong nunca pareceram tão frágeis. Manifestantes exigem mais liberdade e Pequim demonstra irritação com o tumulto.

Em meio à escalada da tensão, há temores de que o governo chinês aja diretamente para acabar com o distúrbio.

Mas as duas economias se tornaram tão entrelaçadas financeiramente que as autoridades têm incentivos poderosos para preservar o status quo. A antiga colônia britânica tem sido uma das principais fontes de financiamento offshore para empresas chinesas há mais de duas décadas e os fluxos de dinheiro e negócios vindos da segunda maior economia global beneficiaram enormemente a cidade.

Hong Kong é o maior mercado offshore para os bancos estatais da China, que colocaram aproximadamente 7% de seus ativos totais na cidade. Cerca de um quinto do lucro operacional do Bank of China vem de Hong Kong e Macau, sendo que sua subsidiária BOC Hong Kong é uma das três instituições que emitem títulos na cidade.

Empresas chinesas, especialmente construtoras com pouco dinheiro em caixa e veículos de financiamento de governos locais, usam Hong Kong para emitir bilhões de dólares em dívidas, apesar das taxas maiores exigidas por investidores internacionais.

Centenas de empresas domiciliadas na China estão listadas em Hong Kong, incluindo campeãs nacionais como Tencent Holdings e CNOOC. Companhias chinesas levantaram mais de US$ 100 bilhões em ofertas públicas iniciais de ações realizadas na cidade desde 2015, cerca de 80% do total captado.

Alguns residentes da China utilizam produtos de seguros de Hong Kong como meio de converter seus yuans em dólares. Esses produtos, muitas vezes pagos com cartões de crédito, permitem que os compradores contornem os rigorosos controles de capital da China e efetivamente mantenham ativos na moeda da cidade, que é atrelada ao dólar.

Hong Kong tem sido o destino preferido de investimentos diretos da China. Foram US$ 981 bilhões até o final de 2017, graças à alíquota tributária reduzida e ao arcabouço jurídico independente.

As negociações na bolsa de valores de Xangai via Hong Kong começaram em 2014, como parte de um esforço para abrir os mercados da China a investidores estrangeiros. O sistema de conexão das ações foi responsável por 8% do giro total na bolsa de Xangai no ano passado.

Os empréstimos pendentes de bancos de Hong Kong a tomadores chineses passavam de US$ 560 bilhões no final do primeiro trimestre, de acordo com a Autoridade Monetária de Hong Kong.

--Com a colaboração de Manuel Baigorri, Evelyn Yu, Lucille Liu, Tongjian Dong e Dingmin Zhang.

To contact Bloomberg News staff for this story: Jun Luo Shanghai, jluo6@bloomberg.net;Alfred Liu Hong Kong, aliu226@bloomberg.net;Matt Turner em Princeton, mturner107@bloomberg.net