Morre ex-funcionário de Itaipu que protestava por condições de trabalho
Um ex-funcionário da Usina Hidrelétrica de Itaipu morreu enquanto participava de um protesto de reivindicações trabalhistas na frente da embaixada do Brasil em Assunção, no Paraguai, informou nesta quarta-feira (15) à Agência Efe Carlos González, representante da Coordenadoria de Ex-trabalhadores de Itaipu e Contratistas.
Gil Servián, de 66 anos, sofreu uma parada cardíaca na segunda-feira enquanto participava do protesto que os ex-empregados de Itaipu mantêm na porta da embaixada brasileira, para reivindicar direitos trabalhistas.
De acordo com González, embora Servián tenha sido levado rapidamente ao hospital, faleceu antes mesmo de receber atendimento médico. Ele acompanhava os protestos e estava "preocupado" com a falta de soluções e os "apuros econômicos" por conta do não pagamento dos benefícios que os ex-funcionários da usina reivindicam.
O grupo voltou a acampar na frente da embaixada brasileira no início de junho, depois que no final de janeiro os protestos foram suspensos após um pré-acordo com o governo paraguaio.
Além disso, quatro ex-trabalhadores da hidrelétrica e uma familiar de um deles completaram hoje duas semanas com as mãos cravadas em pedaços de madeira para exigir direitos trabalhistas, como já tinham feito no final de 2014 em um protesto que durou quase dois meses.
Na quinta-feira passada, outros dois ex-trabalhadores, um homem e uma mulher, que solicitaram a mediação do papa Francisco na visita que fez ao Paraguai na semana passada, para resolver o conflito laboral, também se crucificaram.
Segundo González, os "crucificados" estão com boa saúde e recebem atendimento e alimentação dos colegas, embora estejam abalados com a morte de Gil Servián. Ele garantiu que todos estão esperançosos com a possibilidade da recente visita do papa motivar uma mudança política no país.
O protesto dos ex-trabalhadores é para que a Usina Hidrelétrica Binacional de Itaipu dê a eles os benefícios referentes à antiguidade, desenraizamento e periculosidade, em cumprimento ao convênio de 1978.
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